quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Falta pouco tempo para eu completar 24 anos e a sensação é de que 2011 ainda não vai embora. E o meu aniversário sempre traz uma renovação completa, uma felicidade inovadora, sonhos e mais sonhos... talvez no dia 30 eu consiga sentir tudo isso novamente.

+D

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

É isso aí

Felicidade não supera dores emocionais.
Sorvetes de flocos nevado ajudam.
Assim como os abraços dos amigos melhoram.
Mesmo que a vontade seja de jogar tudo para o alto.
Inclusive a vida.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

uma despedida por dia...

Imagina como é bom acordar com um beijo. 
Bom é pouco. 
É maravilhoso. 
E meu dia foi assim. 
O Eduardo, o meu príncipe lindinho de apenas nove anos veio passar o dia com a avó (minha mãe) e por consequência ficou mimando a tia Ju. Nem gosto de mimos... 
Daí, ele abriu lentamente a porta do meu quarto, me desembrulhou e tascou um beijo no meu rosto. E geeeeente foi o beijo e o abraço mais gostosos que eu precisava para alegrar o dia. Depois, eu enrolei mais um pouco para levantar da cama e veio a insistência dele e o pedido carinhoso de "levanta, tia, bora brincar...". 
Não tinha como negar.
Não tinha como ficar mais 10 minutos deitada, eu precisava mesmo ir lá brincar com ele. 
E foi uma delícia, um dia bonito e cheio das gargalhadas que eu precisava. Um dia de tia e sobrinho que não tinha fazia algum tempo, meses, anos ou sei lá quanto tempo. Só sei que fiz todas as minhas obrigações e ganhei um amor ainda maior.
E eu que achava que minhas despedidas precisavam de festa....
Puro engano!

Quero dias mais bonitos como hoje... quero dias menos complicados e mais cheios de alegria nesses últimos seis que ainda faltam em Belém. E que seja sempre com quem eu amo...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Só hoje...


Hoje, tive vontade de ir ao Rio e ficar sentada na beira da praia até o sol ir embora, assistir a lua chegar e depois a chuva...

Sem pensar em nada.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Oito dias. Sabe o que isso significa, gente? Buenos aires! Meu coração tá sobressaltado. Enlouquecendo e se desesperando aos pouquinhos. Eu fico olhando cada parte do meu dia e penso: mais uma semana e não poderei fazer isso e aquilo. Não poderei ver a chuva tão bonita de Belém, nem as mangas amadurecerem, não farei as reportagens que tanto gosto, não verei os rostos de quem tanto amo. E talvez nem na despedida.
Não poderei levar na mala tudo que me prende a essa cidade tão calorenta. E lá, serão outras as coisas que não poderei trazer comigo. Isso me deixa com o coração apertado e também um pouco aflita. Eu ando com um humor péssimo, que anda ácido e me afastando de quem me ama: mãe, pai, irmã, amigos... 
Eu queria pedir desculpa, mas não sei bem o que acontece comigo por dentro. Tá tudo diferente. Ando me irritando rápido, enjoando ainda mais das coisas e das pessoas. Eu sei que quando tiver lá do outro lado sozinha a saudade vai ser desesperadora e eu chorarei litros. Mas, agora.... não consigo dizer o que me atormenta.
E talvez ninguém entenda nada. Só sinto muito!


domingo, 4 de dezembro de 2011

Ei, dezembro... cadê a promessa de mês mais bonito do ano?

sábado, 3 de dezembro de 2011

Escrevo,
Escrevo,
Escrevo,
Escrevo,
Apago.

domingo, 27 de novembro de 2011

Retorno

Eu preciso voltar a escrever. Fico realmente feliz que ainda tenha alguém para ler o que escrevo aqui. Muita gente me mandou e-mail, outras comentários, algumas vieram reclamar pelo twitter o fechamento do blog. Mas a verdade é que um pedido feito pessoalmente amoleceu meu coração. Conheci a Fernandinha (que soube recentemente que lê meu blog) nos corredores da minha universidade e ao me encontrar não deu nenhum oi, nem bom dia ou perguntou como eu estava foi logo dizendo: não fecha o blog (Todos os pedidos e reclamações pesaram, mas não me digam se o da Fê não foi lindinho?). Como continuar com isso aqui sem postagens depois de todo esse carinho? Eu respondi justamente o que escrevi no post de despedida, fica difícil escrever quando você percebe que acaba mandando na sua vida com tudo que escreve. 
Entretanto, exatamente ao falar isso percebi que era isso o que todo mundo sonhava na vida e eu estava jogando fora. Todo mundo sempre quis ter o poder de escrever o que será o seu futuro e eu tenho essa oportunidade vai lá saber o motivo. Pode até ser que agora que eu percebi isso nem aconteça mais. Só saberei voltando a postar aqui. Então, voltarei a contar minha vida, com metáforas, eufemismos, mas minha vida. 
E gente... já tenho um frio na barriga desesperador, porque em 18 dias viajo para Buenos Aires, sem saber o que me acontecerá por lá. A saudade enlouquecedora de quem ficará por aqui já começou, já dói pensar que em poucos dias não poderei abraçar ninguém, nem poderei falar português, nem comer minha comida favorita feita pela mamãe... vou precisar esperar três meses para voltar a ter tudo que eu amo por perto, mas aí eu volto diferente. Talvez madura, segura, independente... mas precisando de todos os carinhos possíveis.
Acho que mais do que nunca vou precisar de vocês, para me sentir querida lá no "fim do mundo". 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Despedida


Eu descobri que muitas coisas que escrevo aqui acontecem. Meses depois, anos depois, temporadas depois. Não sei bem o que é isso, mas ando me assustando. Aconteceram coisas boas, mas andam também acontecendo despedidas, das quais eu relatei aqui sem saber que um dia aconteceriam. E elas doem muito. Elas me maltratam. E a partir de hoje eu tô fechando o espaço, para nunca mais ter que escrever coisas que me machuquem. Não quero que ninguém mais saia da minha vida. Já chega, dói de uma maneira tão inexplicável que prefiro nunca mais escrever.

Sei que tantas vezes eu tentei fechar o blog, mas dessa vez não voltar a escrever. Ensaiei temporadas sem publicar, entretanto nunca tive motivo real, só era um pouco de bobagem de menina que tem alma de artista. Um pouco de egoísmo. Agora não, agora não tenho mais vontade de escrever. Então peço que me desculpem. Não sei quantas pessoas de verdade leem os meus textos aqui, talvez eu nunca saiba. Precisava postar a despedida e dizer que não haverá mais balões coloridos voando por aí...

E o meu muito obrigada por terem acompanhado todos esses 4 anos de textos.
Vocês são uns queridos

sábado, 12 de novembro de 2011

Contadores

Há contadores regressivos no meu coração. Isso, vários.

Primeiro que faltam apenas 30 dias para apresentar o meu Trabalho de Conclusão de Curso e então poder dizer: sou jornalista, a profissão mais bonita do mundo. 

Depois, que faltam 33 dias para eu viajar a Buenos Aires e enlouquecer conhecendo lugares, como eu sempre sonhei. 

Em 48 dias eu faço 24 anos. O dia mais feliz do ano.

Faltam 124 dias para eu voltar a Belém e ver o namorado lindo, abraçar a mãe, o pai, a irmã.

E a única coisa que eu consigo pensar é contadores regressivos me matam.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Monólogo, querendo ser diálogo imaginário

No meio da madrugada, deitada num canto da cama, quase dormindo e ele chega:
- meu bem, senti sua falta. 
- Ainda sinto sua falta

Eles se abraçam, matam a saudade e mais uma vez se deixam ir para vir mais saudade...
Ela sabe que a saudade pode nunca deixar de vir.
Ele implora que sempre venha. 


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Palco


A carreia de bailarina é sempre uma incógnita. Assim como são todas as outras carreiras. A diferença é que você depende de um passado que nem lembra muito bem, a vontade da mãe de te ver dando os primeiros saltinhos com três anos dentro de uma roupa toda rosinha com tchutchu. Depois vai depender da sua vontade de encenar piruetas nos palcos, da vontade de abrir mão de namorados na adolescência para ficar horas e horas para aprender um fouetté, de acostumar a dormir pouco para dar conta de aprender a matéria da escola que a aula era bem na hora do seu ensaio geral, de não ter finais de semana, de ter uma alimentação regrada, peso completamente controlado e não morrer de se entupir de doces naquelas festas de família. É preciso aprender a conviver com dores infindáveis por anos, décadas e para a vida inteira, mesmo quando já não fizer mais exercícios físicos. E aí aprender a não enlouquecer por não poder mais fazer aquele velho ritual de entrar nos palcos: entrar na coxia 1h antes de tocar a primeira campa de abertura do espetáculo, se aquecer em silêncio, lembrando cada 8 das coreografias mentalmente e dar três beijos no chão do PALCO, que é onde cada figura de linguagem ganha vida, a sua. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Mais silêncio

Silêncio acalma.
Anestesia.
Alivia.
Excita.
Doe.


Quando você imagina que será abandonada, chora e enlouquece e o outro te dá a mão, sem falar nada, mas querendo dizer: não se preocupe, ficarei ao seu lado, meu bem. Silêncio acalma!

Quando você chega empolgada contado seu dia, fazendo mil planos para um futuro nem tão próximo assim e o outro só te olha com um sorriso pouco contente, sem palavras. Silêncio Anestesia!

Quando você não tem mais saída, só o sofrimento, porque perdeu quem imaginava ser a pessoa mais importante da sua vida, aí vem alguém quase tão importante e só te abraça aconchegando teus soluços. Silêncio Alivia!

Quando você imagina as cenas de provocações sem letras, só com respirações, que já aconteceram com o amor em muitas camas. Silêncio Excita!

Quando você precisa de qualquer abraço e só tem saudade. Silêncio doe!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Melhores dias


Todo mundo prefere as sextas. Parece que ficam encantadas com a ideia de sair do trabalho e correr às ruas. Eu não. Sempre preferi os sábados, sempre achei que era o dia bonito e meu, mesmo que ele fosse lotado de coisas para resolver, mesmo que fosse para aprender duas línguas no mesmo dias, mesmo que fosse para não fazer nada. Sábado é meu dia de encanto. É quando desejo mais fortemente um abraço, quando eu queria que toda a felicidade do mundo entrasse pela porta do meu quarto e me acordasse com um bom dia em português e frases de amor em uma língua que nós dois inventamos, talvez cantarolando a minha música da felicidade. Pelo menos é o que sempre parece: os apaixonados falam a mesma língua e só eles se entendem.




Eu não ando correndo atrás. Nem tenho esperado sábados perfeitos. Tenho sonhado com 7 sábados por semana pelo resto da vida, porque nesse outubro tive 31 sétimos dias da semana e planejei transformar em milênios. Mas, se não der... aceito um domingo ensolarado em qualquer lugar do mundo, contanto que tenha aquele abraço caloroso que me faz ver cores, onde tudo é preto e branco.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Clichê?


Tudo com amor é melhor. Parece clichê? É, eu sei.
É que amar talvez seja clichê.
Mas é mais bonito ver o mundo dos sonhos cheio de balões coloridos voando....

Um dia aí pela vida...

Estava atrasada para uma entrevista de emprego, tinha pouco mais de 30 minutos para chegar ao lugar combinado e agora que estava saindo de casa. Nem era assim tão longe, mas às 10h da manhã certamente teria engarrafamento.  Peguei as chaves de casa, do carro, a bolsa e sai correndo. Voltei para atender, porque tinha esquecido o celular e foi bem na hora que ele tocou. Uma canção velha dos Beatles “If i fell”, era o namorado, eu fui logo atendendo:

- Oi, meu bem. Bonjour, já ligo para você estou muito apressada.

Ele não esperou nem eu terminar e foi dizendo:

- Não posso mais continuar com você. Não precisa mais me ligar.

Não entendi muito bem, só poderia ser uma piadinha. Só bati a porta e fui logo entrando no elevador. Tinha um senhor de uns 60 anos descendo também. Demorei uns 2 segundos para desejar bom dia, porque minha cabeça fazia os cálculos de quanto tempo tinha para dirigir: seriam 24 minutos, pois ainda desceria sete andares até o subsolo, entraria no carro, ligaria o som, síria da garagem e enfrentaria toda aquela loucura matinal de São Paulo. Aí o senhor me disse:

- Bom dia, moça. Tudo bem? 

Claro que ele disse isso por educação, ele não queria mesmo saber como eu estava, mas eu desembestei a dizer, como se ele pudesse resolver qualquer coisa ou fosse culpado pelos meus problemas:

- Não, não está tudo bem. Sabe o porquê? O meu despertador não funcionou, eu acordei atrasada para uma entrevista de emprego que eu passei a minha vida inteira batalhando para conseguir. Não consegui tomar um banho quente descente, não consegui me olhar no espelho para saber se essa é a roupa mais adequada ao meu estado de espírito hoje, muito menos passar qualquer maquiagem. E mais... meu namorado, ou ex sei lá, acabou de me ligar para dizer que não quer mais ficar comigo. Eu deveria estar demonstrando que estou desesperada com tudo isso, deveria estar chorando, gritando, trancada num quarto, mas eu tenho problemas para chorar. Fico profundamente triste e ainda sim não consigo colocar nenhuma gotinha de lágrima para fora. E você ainda quer saber se está tudo bem?

O senhor me olhava assustado sem emitir qualquer som. O rosto dele dizia que eu tinha ultrapassado qualquer limite de boa vizinhança. Também, eu falei aos berros naquela quinta-feira mais do que a soma de todos os bom-dias ditos em duas décadas morando naquele prédio. Ele estava estático, perplexo, como se tivesse visto uma assombração e não pudesse sair dali correndo. Na hora que o elevador chegou à garagem eu nem sequer olhei para trás, sai acelerada e o senhor ficou lá parado, esperando a porta fechar.
Cheguei ao carro, abri a porta, sentei, respirei fundo e comecei a chorar. Não era por culpa de ninguém que tudo na minha vida começava a dar errado. Eu me distrai. Bati a chave e já ia sair quando alguém deu três pancadas no vidro do carro, tomei um susto. Mas não reclamei.  Era aquele senhor que escutou todos os meus gritos no elevador. Ele estendeu a mão e me mostrou o meu celular e disse:

- Moça, você anda atrás de qualquer coisa, menos de felicidade. Não vá para essa entrevista, faça uma coisa que lhe faça sorrir.

Eu tive vontade de gritar mais uma vez e contar por tudo que eu havia passado para conquistar um dia conseguir essa entrevista e não ir significava esquecer todo o meu passado, todas as dificuldades e sonhos que eu tinha quando criança. Eu só respondi:

- Obrigada pelo celular, senhor.

E arranquei com o carro. Enquanto o portão da garagem abria, olhei pelo retrovisor e vi que o senhor andava com muita dificuldade para chegar até o elevador novamente. E isso fez meu coração acordar. Ele parou a vida dele, saiu da rotina só para me dizer que eu precisava ser feliz, se eu não buscasse ninguém faria por mim.
Dei a ré no carro. Estacionei, gritei para que ele segurasse o elevador, subi um andar em silêncio e saí a pé do meu prédio, para tomar um ar e um sorvete. Sozinha, sentada num banco do Ibirapuera. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Não tem desculpa para qualquer deslise. Não há qualquer justificativa para atitudes contrarias a moral. Não que ela não quisesse. Muito pelo contrário, foi certinha por décadas. Duas. Mas, agora encontrava-se num dilema que vinha consumindo fazia dias: aceitar ou não viver uma aventura. 
A razão já nem existia, foi driblada pelas sensações novas fazia tempos. O caminho, certamente, era novo e um pouco enlouquecedor. Ela teria encontros escondidos por toda a semana. No começo,  só permitiria olhá-lo, sem toques, apenas os casuais. E quando o corpo inteiro tremesse de tanto desejo ela usaria a razão como desculpa e pularia do precipício sem paraquedas... 

sábado, 15 de outubro de 2011

Contagem regressiva

Os dias passam rápido. Amanhã, faltarão apenas 60 dias para eu embarcar para a Argentina. Eu queria poder aproveitar todos os dias aqui em Belém antes de respirar fumaça noutro país. Abraço dos pais, conversa furada com os amigos, o tempo livre do namorado... queria aproveitar Belém como eu não aproveitei nesses 23 anos que passaram. Será que eu consigo?
Só queria ter certeza que quando estiver lá no fim do mundo eu não sentirei tanta falta daqui, nem arrependimento pelas escolhas que fiz... quero sentir aquela saudade gostosa. E só!
Porque sentir saudade também pode ser bom. Pode fazer eu correr ainda mais atrás dos meus sonhos e mesmo que para alguns isso signifique se afastar, fugir, desistir... eu só penso que minha vida daqui há 5 anos será em Paris, uma irmã mais charmosinha de Belém.
Não achem graça. Eu posso sonhar alto, mas eu sempre consigo o que eu quero. Olha aí a Argentina batendo na minha porta.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Novas primaveras


Maria fechou a porta do carro com toda a força que tinha, João arrancou, fazendo com que os pneus cantassem. Em poucos segundos ele sumiu de vista e ela entrou em casa chorando, revoltada com tudo que andava acontecendo com a sua vida. Desejou boa noite para quem estava na sala, vendo qualquer coisa que passava na TV, acho que era a novela das 20h, e subiu correndo as escadas. Maria precisava apenas de uma noite inteira de choro para esquecer todas as besteiras que João havia dito. 
Talvez ele não soubesse o quanto era difícil para ela decidir acabar o que tanto gostava de sentir, mas ele havia passado dos limites, chegou a um estágio de ciumeira que nem Freud explicaria. Ela não poderia nunca abrir mão da liberdade que sempre sonhara, mesmo que por um amor tão forte. Maria pensou em não voltar para casa naquela hora, talvez fosse melhor ir para um bar, ficar bêbada com tequila e dançar enlouquecidamente, só que a consciência certinha avisou o erro e apontou que o melhor refúgio seria o mergulho nos clássicos: literatura, cinema, fotografia. 
Maria queria encontrar um final feliz ou um motivo para voltar a dar boas gargalhadas, porque os primeiros momentos eram de dor profunda e entrega total. Mas... voltou a alargar sorrisos quando a primavera chegou, com novos perfumes, novas cores e um novo amor. Amor cheio de surpresas e descobertas, porque encanto só pode ser o início de uma nova paixão. Lá estava Maria novamente em frente a sua casa, mas agora abrindo a porta com um brilho eterno nos olhos. E feliz!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Em uma semana, a vida pode tomar um caminho que seria inimaginável. E ainda sim ser bom, muito bom.
Antigas músicas, podem ter novos significados:


"Listen,
Do you want to know a secret,
Do you promise not to tell, whoa oh, oh.

Closer,
Let me whisper in your ear,
Say the words you long to hear,
I'm in love with you.

I've known the secret for a week or two,
Nobody knows, just we two."

(The Beatles - Do you want to know a secret?)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A vida pode mudar sem que você queira.

domingo, 18 de setembro de 2011

Estrada


Ele ligou avisando que em poucos minutos passaria para buscá-la. Anna olhou-se mais uma vez no espelho, arrumou o vestido que estava torto, retocou o batom, passou um pouco mais de perfume, mas o tempo inteiro com o celular na mão, com medo de não se dar conta quando ele chegasse. A sensação era de primeiro encontro, entretanto 1 ano já havia passado desde que se olharam com desejo a primeira vez. Davi ligou, ela nem atendeu, foi logo se despedindo da mãe, do pai e correu para fora de casa. Fechou o portão, abriu a porta do carro, sentou, descansou a bolsa no colo, colocou o cinto de segurança e ele saiu devagar com o carro. 
Ela disse: "oi, tudo bem?"
Ele respondeu: "sim, tudo bem e com você?"
Ela sorriu, fazendo um sinal positivo com a cabeça. 
Durante uma curva ele passou a marcha e quase chegando na reta, antes de decidir que caminho tomar, repousou a mão direita na coxa esquerda dela. Foi sobressalto, Anna olhou encantada para o rosto dele e voltou a olhar para a mão que parecia ingenuamente quieta sobre a perna dela. Deveria ser comum o namorado passar a mão nas pernas da namorada, no entanto ele não fazia isso fazia pelo menos uns 4 meses. Não daquela maneira ingênua. E isso fez o peito de Anna quase saltar, fez o sorriso ser quase eterno e a felicidade ser divina. Ele estava voltando aos poucos ao início de tudo, sem nem se dar conta. Com medo que ele parasse de dizer com as mãos "és minha", quase em câmera lenta ela colocou sobre a mão dele a dela, respondendo sem palavras: "eu sei".

terça-feira, 13 de setembro de 2011

verdade

Não precisa me dizer muita coisa, basta ligar e dizer: oi, senti sua falta.
Nem vou conseguir escutar mais nada, vou largar o telefone e sair correndo para encontrar você.
E contar: que
(engasgada)
(respirando fundo)
(suspirando)
(agora sai)
(silêncio)
(olhos cheios de lágrima)
(mais silêncio)
Eu...eu....eu...eu...
Amo você.

sábado, 3 de setembro de 2011

Viva setembro

Setembro chegou, já é primavera. As flores deveriam estar nascendo, mas a terra anda infértil, ninguém aduba, ninguém molha, ninguém olha. E todo mundo só espera a época da colheita chegar. O primeiro dia do mês veio logo com uma promessa indiscutível de felicidade: dia da bailarina com comemoração adiantada. Nada disso, minha gente, era só promessa. Porque o segundo dia, fez agosto e todo seu mau gosto voltar. O que deveria ser alegria, agora explode no meu peito como presságio de mal agoro: o corpo dói, a cabeça lateja e a consciência pesa como se o crime fosse triplamente qualificado.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não há o que dizer. Por isso:



S.I.L.Ê.N.C.I.O.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hoje seria o 112º aniversário de um poeta argentino que eu adoro, Jorge Luis Borges. Aí, fiquei pela manhã lendo, relendo, procurando qualquer coisa que parecesse comigo nesse instante. E só consigo pensar em:

"Tua matéria é o tempo, o incessante 
Tempo. E és cada solitário instante". 

(Jorge Luis Borges)

sábado, 20 de agosto de 2011

A minha ideia de nunca desistir da carreira por ninguém estava certa desde o começo. Nunca poderia deixar ninguém influenciar minha decisão de correr atrás de sonhos, mesmo que meu coração fique apertadinho de saudades da mãe, do pai, da irmã, dos amigos e do namorado. Desculpem, mas a pessoa mais importante para mim ainda sou eu. Talvez isso mude quando gerar um ser pequenino dentro de mim, mas enquanto o futuro não chega, vou me levando para mil lugares diferentes, para ver a vida de outros ângulos e destinos.
Quero morar em Buenos Aires, Paris, Madrid, Londres e quem sabe em algum lugar do Oriente Médio... quero passar por lá para contar a vida de pessoas que o mundo não conhece. Mostrar que é possível ser igual mesmo sendo diferente. Porque é possível respeitar e amar o outro, mesmo que não haja tantas semelhanças. É possível amar, gente.
E ainda sim desistir disso tudo por amores maiores. Sem remorsos!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Só uma carta

Deveria ser uma carta de despedida, escrita enquanto meus olhos estão cheios de lágrimas e a razão fala mais alto do que qualquer emoção. Falta pouco mais de 60 minutos para meu embarque. Queria que estivesses aqui para que eu pudesse dizer tudo que queria. Eu amo você e vou morrer de saudades enquanto estiver no fim do mundo. Talvez não importe dizer nada disso agora, já até fiz check-in, minhas malas foram despachadas e a Laís não para de falar empolgada sobre como serão divertidos nossos dias na Argentina. E serão, certamente. Mas aí, meu querido, como fica a felicidade? 
Eu vou voltar. Não posso pedir para você esperar. Não posso implorar que aguente alguns meses sem a minha presença, com a possibilidade de retorno e partida. Talvez não seja justo. Mas o que é justo? Ficar na vontade de correr sempre para os seus braços, de brincar com seu humor e quase morrer com seus beijos? É justo ser o certo na hora em que as decisões são difíceis? É justo ser a chegada, quando estou de partida? Não! Seria tão mais feliz se pudesse arrastar você por mil léguas ao meu lado, para viver qualquer caso de amor pelo tempo que fizer bem a nós dois e depois mais uma vez me transformar para reconquistar você. Porque aí teremos mudado, seremos novos e ainda sim esses novos nós serão amantes. Amantes inocentes, sem casos extras, porque a única coisa que sobra aqui é amor.
Parece surreal, ideia, banal. Qualquer coisa assim. Mas aí, com toda a minha razão, com toda essa história de pensar em metas para 5, 10, 20 anos pode ser modificada se você resolver que é a hora certa. Aí, daqui há 5 anos, Paris terá um gosto diferente, um cheiro bom e uma voz rouca nos meus ouvidos. Paris será ainda mais encantadora e não precisarei chorar desesperada quando o avião decolar. 
Mesmo que esse e-mail seja instantâneo e ainda dê tempo de você me alcançar, talvez a sua dúvida seja eterna e impeça que você se mova da cadeira. Espero que não seja tarde. Não importa onde eu vá, sempre que ver o mar lembrarei da felicidade que seus olhos me provocam. Não, mon cher, não é paixão. Vai além. Eu descobrir o que é amor: é quando o sorriso é mais importante que as regras. 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mon cher 2

Queria que você estivesse aqui. É verão, os dias estão longos e Buenos Aires parece ainda mais encantadora agora. Nos primeiros dias fiquei empolgada com tanta gente falando espanhol, com um sotaque estranho, admito, mas era espanhol e sabe, querido, consigo entendê-los. Eles que não me entendem. Não fazem ideia do motivo que me fez sair correndo do Brasil, quando tinha você aí do meu lado. Não sei bem se compreendo, só sei que me fazes muita falta agora. Queria que você pudesse pedir alguns dias de folga no trabalho e viesse me ver andando sozinha por essa cidade tão bonita. Seriam belas as fotografias.
Talvez esteja me enganando, achando que foi a minha viagem que nos separou.  Quando você me conheceu sabia que meu sonho era vir estudar aqui, mas tivemos quase dois anos para conviver. Convivemos, nos amamos, ou eu amei, já nem sei. Aí não tivemos coragem de mostrar um para o outro que dava para continuar, que era possível se fazer muito bem mesmo que eu viesse embora, mesmo que você pudesse (depois) vir atrás de mim ou que eu voltasse (atrás) e ficasse aí ao seu lado. Não queria me ver desistir de sonhos, porque são eles que me fazem feliz, é eu sei. Só que aí, desisti de você. Desisti não, abri mão. Deixei você imaginar que eu estava feliz com a história de vir para sempre e nunca mais voltar para a minha cidade. Nossa, talvez. Esquecemos que não tem para sempre, nem nunca mais. 
Aí...Quem sabe no futuro, quem sabe só no passado, quem sabe por acaso, quem sabe nunca foi. Quem sabe? Você. Você sabe a resposta. Eu também, mas ainda fico explicando, replicando, condenando. Explicando pro meu coração que é impossível decifrar o futuro, que é impossível mudar a decisão de alguém. Eu não mudei a minha, mas agora só posso dizer uma coisa: você não conseguiria me fazer feliz. Porque o que sobra de mistério, falta de coragem para jogar tudo para o ar e correr riscos de mãos dadas. 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Para nada

Não precisa dizer nada, 
te vejo sereno, moreno,
passear pela vida...
A minha. A delas.
Àquelas!

Ai delas. 
Não tem chão,
Nem mão,
Só explosão.
Quem vai ser são
E dizer mais uma vez não.
Não. Não. E NÃO!
mesmo que boca provoque,
invoque. Me invoque!

É assim,
Vens em mim
sem aba, 
sem mágoa,
Mas se voa,
traz de volta meu Pessoa.

E fica sem medo.
Sem tempo.
E chega de Soslaio
Sem ensaio. 

Pela  porta, 
Não importa.
Nem explica.
Implica. 
Complica. 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sala de espera

Esperar é atordoador. Essa palavra nem existe, mas só um neologismo para explicar a sensação eterna da espera. Hoje, tinha médico do coração às 11h50 (cardiologista para vocês). Preferi chegar 10 minutos antes do marcado para não ficar na sala de espera por horas, mas minha mãe me convenceu de que em plenas férias não deveria ter muita gente, logo seria atendida. Cheguei sozinha no hospital e para o meu espanto a espera seria longa, pouco mais de três horas. É, nas férias as pessoas também adoecem.
Sentei quieta logo nas primeiras cadeiras, coloquei Paul McCartney para tocar, conectei o gtalk e fiquei resolvendo coisas do trabalho pelo celular. Afinal, perderia a manhã na espera. Uma manhã que não tem volta. Quer dizer: isso é perder? Eu vou para uma consulta para ver se meu coração anda bem, quando eu mesma sei que ele nem anda. Muitas pontes que deveriam ter passado continua aqui, presente, perturbando os meus sonhos e até minha realidade. Quando o sopro está quase sumindo, quase sarado... aí o caminho se repete, tentando me levar para novas torres, novos tours, me fazendo descobrir o mundo. Talvez eu precise descobrir o meu mundo. SOZINHA. Para que aquele teu mundo não me encante tanto.
Minha senha era 384. Chamaram todos os números, chegou a quase 600, e nada do meu. A inquietação começou, logo veio o estresse e nem as músicas mais legais do meu celular ajudaram. Era uma angustia de ir ficando para trás, ficar sozinha, ser esquecida ... Porque cada pessoa que sentava ao meu lado e puxava uma conversa, mesmo contra minha vontade, com o passar das horas foi seguindo o seu caminho e eu fui cada vez mais me afundando naquela cadeira, já estava até deitada na cadeira. Zerei os jogos do celular, acabou minha playlist, esgotou o assunto nas mídias sociais e eu continuava ali...
Se fosse naqueles roteiros de Hollywood eu estaria “meeega” arrumada, com uma bolsa incrível e conheceria um homem lindo, educado, rico, solteiro e logo eu descobriria que era o amor da minha vida. Que ele tinha o mesmo gosto musical que eu, tinha lido os mesmos filósofos e autores e ainda tinha amigos em comum. Coisa de destino. Mas, como eu vivo em pura realidade o que aconteceu mesmo foi uma depressão profunda, aquele sentimento de abandono, que um dia eu estarei sozinha e preciso me acostumar.
A médica me chamou. Aí o frio na barriga aumentou, o estômago, as mãos e os pés ficaram logo gelados. Entrei na sala, fechei a porta e descobri que o meu coração não anda, ele rasteja. Anda arranhando a pronúncia de qualquer catalisador para acelerar a reação. Química. Física. Nada racional.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Souriez à Paris



Ele viajou para o verão. Iria aproveitar dias luminosos e cheios de aventura no velho mundo. Sozinho. Mas, dias antes da viagem, gozou do outono. Foi ao parque central da cidade, encostou numa árvore, tirou um livro da mochila e ficou lá, esperando que ela chegasse. Lá vinha ela, cabelos soltos ao vento, com a pele limpa, refletindo nos olhos aquele sol longínquo.
Júlia correu em direção a Matheus e abraçou-o. Parecia até que ele estava voltando, que não se viam há meses. Ela começou a sentir falta dele antes que ele entrasse naquele voo. Matheus aproveitou o abraço para guardar os perfumes dos cabelos dela, afinal seria algum tempo longe. Era um cheirinho fraco e doce, mas tão bom, que chegava a ser macio. Ele também sentiria falta.
Os dois caminharam pelo parque, tomaram sorvete. Ela de morango, ele de creme. Não eram a combinação perfeita de morango e brigadeiro, porque ela já não esperava qualquer perfeição. Ele muito menos. Matheus provocava de uma maneira espontânea os sorrisos de Júlia, os sorrisos mais verdadeiros que ele já vira, uma felicidade em "slow motion". 
Ele não fez fotos daquele dia, pois não tinha câmera. No entanto, quando embarcou no boeing lembrou de cada momento daquela despedida. Júlia entregou um guia de Paris, com uma carta dentro, mas que ele só poderia abrir quando estivesse quase aterrizando na Cidade Luz. A curiosidade para ver se as letras dela eram como ele imaginava era quase insuportável, mas aguentou. Suportou tão bem tantas horas de viagem e a ansiedade que esqueceu de abrir a carta no avião. Quando chegou a Paris, já nem tinha tempo para mandar mensagens ou lembrar de Júlia.  Ele até lembrava, afinal ela vivia usando expressões em francês e sonhando morar em Paris. Andar pelas ruas da capital francesa, assistir vários grupos musicais cantando pela cidade e até bailarinas fazendo piruetas nas calçadas lembravam Júlia. Ela estava ali, sem nem mesmo estar. Abril acabou, o dinheiro também e ele voltou para casa. Com alguns amores na cabeça (?). 
Os dias passaram, ela sentia bem mais falta dele, queria saber cada detalhe da viagem, mas ele voltou exausto. Contou o essencial e nada mais. Só que Júlia era detalhista, ficou um pouco decepcionada. Não reclamou, nem fez muitas perguntas, ele sabia da curiosidade da menina e ainda sim não se importou. Nem a palavra saudade mencionou, apenas abraçou-a para renovar o cheirinho que tinha guardado e levou-a para casa. Nunca mais se falaram. 
Desde a última vez que se viram ela não soube mais dele, talvez estivesse voltado para àquela cidade linda. Só saberia vendo. Ela juntou algum dinheiro para ir a Paris e procurar Matheus, ele podia ter ficado perdido por lá. Fez um tour pela Europa, procurando em qualquer homem alto alguns olhos caramelados, cheios de vida e esperança, como eram os do amado. Ela se perdeu em muitos corpos, mas nunca mais no dele. Ela casou e construiu um jardim na varanda de casa, para esperar...
"E ele, por onde anda?
- Pelas ruas de um Porto. Amando mulheres, garotas, meninas… Amando todas..." (Caio F)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aquele perfume enjoativo...

Todo mundo pode sentir cheiro de medo. Não dá para disfarçar. É como se burrifassemos perfume forte, com uma fragrância doce e enjoativa nos pulsos e pescoço. Não tem como voltar atrás, o cheiro permanecerá o dia inteiro, mesmo que tentemos desesperadamente tirá-lo do corpo. Água não ajuda, assim como sabão também. É preciso esperar passar o efeito. 
Já no final do dia, você nem lembrará que tinha feito a mesma besteira na semana passada, escolhendo um perfume que te provoca enxaqueca, só por causa da marca. Não tem perdão, quando a gente erra todo mundo pode aconselhar: "doa o perfume", "esconde", "joga fora", "não usa", mas vamos sempre acha que nossa pele combina com aquele cheiro, que os minutes antes de sentir dor de cabeça valem à pena e acabaremos deixando o perfume lá na penteadeira, esperando o dia daquelas saudades da enxaqueca e nem pensaremos duas vezes em colocar duas gotas de essência. E ninguém vai opinar, nem olhar torto por isso. Um dia o perfume muda de cheiro, pensando na nossa alergia ou nossas narinas vão criar uma proteção e passar a suportá-lo. Quem vai saber? Só testando, né? 
Tudo para que ninguém descubra um odor ainda maior: medo da solidão. Mas entenda, esse cheiro ficará mais forte com o passar dos dias e você precisará ainda mais de perfumes. Talvez seja melhor encontrar um outra solução. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Qualquer coisa, menos poema...

Se eu usar você
que seja específico
Com direito a pronome possessivo: 
Seja MEU. 

Sem nós. 
Sem corda.
Apenas prós.
Acorda!

Não precisa dela.
Nem de vício.
Estilhaça. Apedreja. Martela.
Não eras meu desde o início.

Mas nem se assuste
não sou rude
Só vou juntar o relativo ao indefinido
ONDE pode fazer ALGUM sentido
beijar você no final.

Torre de babel


Podia dizer o que quisesse, só o vento poderia entender. Estava sozinha, deitada naquela cama, noutra cidade, noutro país, com pessoas que só falavam inglês, francês, alemão e espanhol. Qualquer palavra em português seria mero grunhido. Ela sentia saudades de casa, da comida da mãe, do som do violão do pai e das conversas com a irmã caçula, mas era o sonho dela estudar na Argentina e viver novas aventuras.
Estava em Buenos Aires fazia pouco mais de 2 semanas e já conhecia muitos lugares na cidade, sentia-se tão bem, que não pensava em voltar para casa. Não tinha vivido nenhuma grande aventura, ao menos que descer na estação de metro errada contasse. Pensava sim todos os dias no namorado que havia deixado para seguir o sonho. Ele adoraria andar pela capital argentina, abraçado naquele frio, falando sobre passeios pelo rio Sena, lá no velho mundo. Talvez a conversa fosse sobre novas coisas, novos lugares e talvez eles. Vai saber!
Ele nem sabia da saudade, ela não suportou a ideia de mais uma vez viver um relacionamento a distância. Por isso, decidiu terminar algum tempo antes da viagem. Meses antes, sejamos sinceros. Ela não teve coragem de continuar o relacionamento até vésperas da viagem, com a desculpa de que ele se machucaria, mas na verdade, ela tinha medo mesmo era de desistir do sonho por causa da paixão por ele. Ela nunca falou isso para ninguém, mas deitada naquela cama, dividindo quarto com estrangeiros, ela podia falar qualquer coisa. E até mesmo chorar. Ninguém poderia julgá-la, nem emitir qualquer opinião sobre o que ela fizera. Não seria condenada em qualquer língua, só pela própria recordação. 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Na contramão

Ver a vida de maneira literária não é para qualquer pessoa. Tem quem olhe a vida com muito pessimismo e acabe inventando histórias, textos e emocionando a gente. Eu achei que tivesse o dom de transformar em literatura tudo que eu sentia, mesmo que fosse confusão, desamor, tristeza ou mesmo felicidade. Era muito fácil contar aqui no blog toda a minha vida, só que agora não sei mais fazer isso. 
Não é que não queira, pelo contrário. Queria mesmo era dividir com vocês o que se passa na minha cabeça, o que eu vivi nesse último mês e o que eu superei hoje, só que aí me falta criatividade. Não vem inspiração, nem vontade de sentar em frente ao computador, acessar o blog e só sair daqui quando o texto estiver redondinho e cheio das minhas manias. Não tenho a mínima coragem de me expor mais. Na verdade, acho que nem é isso. Parece mais preguiça.
Ontem, percebi que tenho mil ideias para contos legais, com histórias que seriam gostosas de ler, só que construir os personagens dá muito trabalho, entender o motim do texto também. Aí acabo desistindo, porque chego em casa tão absurdamente cansada de ter passado o dia inteiro escrevendo realidade, que fica um pouco difícil contar os sonhos que passam no meu cérebro.
Parece quem tem um pouco de culpa da conectividade, pela facilidade de fazer trocentas mil coisas ao mesmo tempo, sem ter foco (e que eu amo fazer, diga-se de passagem): conversas no msn, sites de notícias, twitter, música, jogos, filme...tudo ao mesmo tempo. Aí a literatura tem ficado de lado. Tanto fazer, como degustar. 
Sinto-me péssima com isso, daí resolvi começar a procurar uma máquina de escrever. Porque assim, não haverá possibilidade alguma de me conectar com outra coisa, além dos meus pensamentos, as personagens e o texto. Algumas pessoas no twitter me prometeram procurar as máquinas dos avós, para vê se ainda funciona e me doar. Vou amanhã num antiquário, lá talvez consiga encontrar o que perdi. 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Alguém?

Talvez eu seja uma covarde, por não conseguir sentir o que quero. O medo de sofrer tem apagado minha criatividade, minha vontade de escrever contos, de contar histórias, coisas que eu gostava tanto de postar aqui. O "mil balões coloridos voando" mudou, assim como eu mudei. Ando contando aqui só o inevitável, só o mais sem graça da vida, tenho ficado sem paciência de sentar e escrever horas e horas todos aqueles textos emocionados, emocionantes e apaixonados. Será que ando perdida por aqui? Em que mês foi isso? Alguém por aí saberia me responder? Ah, alguém continua lendo o que eu posto? Ou também desistiram de mim?
Estou me sentindo sozinha, não só na vida real, meu blog demonstra isso. Ficou chato voltar por aqui, não sei se tem alguém aí do outro lado da tela lendo o que escrevo e do que adianta continuar? Se for para ser apenas um diário eu desisto, não tenho necessidade de contar minha vida assim, não sou tão sozinha ao ponto de precisar desabafar por aqui. Tenho mil amigos imaginários, tenho mil fantasmas me perseguindo, consigo falar sozinha, discutir sozinha, xingar..me xingar. É, sou autossuficiente. E mentirosa também. Afinal, é preciso enfeitar para vender. Não precisava confessar, eu bem sei, mas o desespero para me encontrar tá enorme. Alguém sabe em que mês eu estou? Em frase parei? Alguém tá aí...? 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

a balada da bailarina torta

Estou com saudades do ballet mais um vez. É que a minha vida de jornalista não tem deixado espaço para o sonho de menina de ser bailarina, daí minhas emoções ficam bem aqui, loucas para serem expostas, porque só a dança deixa minha alma leve. Alguns passinhos, piruetas no meio da rua ajudam a aliviar, mas nada como uma boa aula com barra, adágios e alongamento. Quer dizer, acho que sinto mais falta mesmo daquela sensação maravilhosa do friozinho na barriga antes de entrar no palco. Sabe, coisa de bailarinas.
Mais uma vez encontrei uma musiquinha de bailarina por acaso no youtube, foi bem sem querer mesmo. Mas isso sempre me faz um bem danado. Lá vai minha alma flutuar leve novamente...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Bons ventos sempre chegam

Andava precisando de inspiração para escrever, cheguei a achar que com a felicidade que eu estava nunca mais conseguiria escrever. Daí vieram motivos para tristeza e nem assim fiquei mal, nem assim consegui que meu eu-lírico voltasse para toda aquela nostalgia, todo aquele desespero e pessimismo. Acho que isso é bom, né não? Talvez tenha me curado de toda aquela doença do mal do século. Talvez não precise mais das palavras para desabafar tudo que sinto por aqui. Será que ganhei autossuficiência nesse quesito? Mas aí como fica a paixão pela escrita? Será que diminuirão as postagens por aqui e passarei então a me dedicar apenas ao jornalismo? Seria melhor se fosse assim, porque deixaria de me expor tanto. Deixaria de contar tudo que passar pela minha cabeça, ou quase tudo. Só que tenho certeza que meus balões ainda ficarão voando por esse céu durante alguns anos, mesmo que ninguém mais olhe pela janela.

Achei que muitas lembranças atacariam minha mente na viagem ao Rio de Janeiro. Não que não tenha revivido nada, na verdade, relembrei de viagens que não tinahm bem a ver com Rio, não diretamente. Lembrei muito de Campo Grande, pelas loucuras que aconteceram por lá. Não teve namoro a distância, mas teve desenrolar de casos, com a mesma conexão em Garulhos, a mesma quantidade de tempo esperado, quase a mesma ansiedade... A diferença é que não teve motivo para tristeza na volta. Muito pelo contrário, a sensação durante o show do Paul McCartney foi de pura realização. Estou feliz, como há muito tempo não estava. Sem nenhuma trilha sonora, talvez eu mesma faça alguns acordes...

sábado, 21 de maio de 2011

Ao Rio de Janeiro...

Falta pouco mais de 5 horas para eu entrar no avião. O destino é aquele que sempre faz meu coração saltar: Rio de Janeiro. Não sei se ainda há alguma coisa pendente lá, não sei se qualquer sigla ainda significa qualquer coisa para mim, mas por medo não a escrevo, é que mexer no passado dessa forma importuna outras pessoas. Daí eu prefiro que os contatos sejam novos, as pessoas são as mesmas, entretanto as histórias são novas, assim como são novos os sentimentos e as minhas vontades.
O frio na barriga que veio agora, enquanto eu arrumava a mala foi semelhante ao meu desespero em lugares altos. Pela primeira vez não foi enjoo, nem aquele mal estar, quase como uma sensação de desmaio... foi aquele frio na barriga gostoso de aventura. Afinal, pela primeira vez terei que me virar sozinha numa terrinha que sempre me acolheu tão bem, mas que sempre foi ao lado da irmã caçula. Dessa vez, ela não estará lá, não haverá ombro para dividir a nostalgia, mas terei os abraços mais calorosos do mundo para que sejam remontadas novas recordações, com o fundo musical mais lindo: Paul McCartney. Que mais eu poderia querer desse final de semana?
Meu mundo começa amanhã, erraram na profecia. 

Só consigo cantar: "7h da manhã, vejo o Cristo da janela..."

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Você não sabe quem eu sou

Queria poder confiar nas pessoas ao ponto de contar minha felicidade, sem medo que ela acabe em 24 horas, talvez confidenciar também os meus segredos sem que eles provocassem julgamentos tenebrosos, ou ao menos desabafar todas as tristezas de um amor inventado e nem por isso ser alvo de olhares tristonhos. 
Queria ter coragem de demonstrar a menina fraquinha, toda coração mole, sentimental e cheia de sonhos que eu sou. Fingir ser grosseira, irônica e cheia de mau humor é insuportável, chega a ser mais fácil, entretanto não é simples. Fica mais difícil de maltratarem, abusarem do meu coração bonzinho. Só que confesso, tenho perdido mais pessoas especiais com toda essa "marra" do que me protegido de maldade. Vocês não sabem que eu sou!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mais coragem do que sorte

Acho que a objetividade aprendida no dia-a-dia do jornalismo tomou conta de mim. Quero estalar os dedos e dizer tudo em três tempos. É, parar com os rodeios e contar logo tudo que me vem a cabeça. Dizer que estou apaixonada e correr todos os riscos. Como atravessar correndo na frente dos carros, em uma pista movimentada, ao meio dia, enquanto o sinal está aberto. Loucura, talvez. Mas cansei de esconder os meus sentimentos só para não ficar exposta à opinião dos outros. Agora, hei de confessar minhas paixões abertamente, sem ter medo de ousar. O máximo que pode acontecer é eu sofrer por um tempo e depois precisar ficar aqui escrevendo textos tristes até passar. Isso vocês já estão acostumados, né? Aí, passa. E novos astronautas surgem, sem que seja necessário parar a música.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

...

As bruxarias reapareceram. Jogos de adivinhação, pensamentos aleatórios que logo tornam-se realidade, pedidos atendidos... É uma sensação tão gostosa prever o futuro, sem saber que está decifrando o porvir, mas depois de algum tempo, perceber que tu soubeste que aquilo aconteceria antes do fato... Chega a ser assustador, chega a dar um pouco de egoísmo, uma vontade de pedir mil coisas para a tua vida, só que nunca acontecem, já tentei. Não sou santa também, é tentador pedir um emprego maravilhoso, a viagem dos sonhos e o namorado perfeito. Por enquanto, vamos sendo bruxinha ou fada madrinha para quem nos rodeia. Um dia chega a minha vez! =)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Carta à amiga

Uma frase do Guimarães Rosa me chamou muita atenção: "Infelicidade é uma questão de prefixo", porque é isso mesmo, a gente fica colocando tantas dificuldades nas alegrias e na felicidade que elas tornam-se novas palavras, com significados opostos. Aí, duas grandes amigas me provocaram, fazendo eu pensar em como mudar do estado ruim para o maravilhoso e o que é felicidade para mim. Fiquei um tempão pensando no que me traz felicidade e a minha resposta foi: "Felicidade é ter vocês e saber que qualquer dia nublado poderá ser lindo, basta nossos pequenos encontros e lá vem um turbilhão de gargalhadas... Felicidade é ter a sorte que eu tenho."

Certamente é isso. Minha felicidade são elas. Só que a resposta não parecia completa. Ainda não parece.

Eu tenho a sorte que ninguém tem. E o mesmo Guimarães diz: "Sorte é merecer e ter". Escolhi amigas maravilhosas que viraram irmãs. Diferente daquelas pessoas que choram por não terem amigos, por não poderem confiar em ninguém, tenho inúmeras irmãs lindas que a cada dia conquistam ainda mais o meu amor. Não posso reclamar nenhum dia, não posso choramingar, nem dizer que esqueceram de mim, só isso deveria me fazer crer em deus. E daí, depois de perceber tudo isso, tenho uma saudade enorme aqui dentro, que pede para que eu saia correndo de casa e abrace todas.

May, 
foste tu que provocaste essa minha vontade de escrever aqui no blog novamente, pelas lembranças e pela pergunta tão pertinente: "e para a Ju, o que é felicidade?

minha irmã loirinha-chorona, lembrei de tantas cenas nossas juntas, que poderia aos montes contar, desde quando nós fazíamos dança juntas e éramos tão bobas. Só que para mim o episódio mais forte, o que fez eu perceber que por vocês eu precisava mudar foi no aniversário da Raísa, quando tivemos nossa primeira "briga" depois de mais de 10 anos juntas. Te ver chorar por uma brincadeira minha, por uma ironia grosseira que é bem a minha cara, fez eu notar que com vocês não preciso de máscaras, não preciso de proteção, que não preciso desse efeito arredio e agressivo, porque vocês me amam como eu sou. Então, lembrei de todas as sensações que nós nos provocamos, aquelas mais bestas: um encontro na tua casa no sábado à tarde só com a desculpa de assistir filmes antigos, aqueles clássicos (os da disney, os de terror, os clássicos-clássicos), com um prato de brigadeiro, pipoca e refrigerante... não precisávamos de nada disso, era só para não abrir a boca e dizer: precisamos estar juntas, porque nos amamos. Para que eu queria felicidade maior que essa?
 E daí, que o tempo passou e a gente começou a colocar os pés na estrada, nem era para ir muito longe, bastava uma saidinha rápida para comer uma pizza, dar uma volta para ver o movimento na cidade ou mesmo dançar qualquer coisa numa festa. Qualquer saída que pudéssemos colocar música dos Beatles para cantá-las e dançá-las dentro do carro. Besteiras, muitas besteiras. Mas todas sempre me fizeram alegres e profundamente feliz por ter vocês. 
Aí eu penso. Sempre quis ir embora de Belém, estudar fora, ser jornalista internacional, viajar o mundo inteirinho. Mas só de pensar que não teria vocês por perto com a frequência que estou acostumada e quero, dá vontade de desistir. Eu sei que responderás: "nós te visitamos, amiga, isso não será problema". Aí tenho a certeza mais completa: não preciso de muita coisa para ser feliz. Apenas continuem na minha vida para sempre. 
Não precisa chorar. Eu só precisava te dizer que: Não há amor maior. É impossível!

sábado, 16 de abril de 2011

Nem precisa me dar as mãos, basta seguir a minha música... 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Change, change, change!

Ontem, me surpreendi com a postagem de alguém no facebook comentando esse vídeo, dizendo que com tantas coisas ruins acontecendo no mundo, a explicação mais provável é de que falta amor no mundo. Sabe, acho que é isso mesmo. As pessoas desistiram do amor, o verdadeiro, aquele que nos faz respeitar o outro e ver o mundo de uma forma mais alegre e colorida. 
13 crianças mortas dentro de uma escola não pode ser sinal de amor, não é? É uma tragédia desesperadora, que só me faz crer que é preciso urgentemente plantar novas sementinhas desse sentimento lindo, que é preciso fazer com que as pessoas voltem a acreditar que é possível mudar o mundo de mãos dadas. Sem olhar sexo, cor, idade ou religião. É, Clapton, você está certo: "Baby, if I could change the world"


terça-feira, 29 de março de 2011


Queria ser engraçada. É, saber contar uma piada, escrever textos cômicos, ter o dom de fazer as pessoas rirem, mas só faço o contrário, o máximo que consigo é uma comoçãozinha e um encantamento com meus textos, tipo: "Owm, que bonito". Não que eu reclame, cada um tem um estilo e o meu é esse. 
Hoje, eu acordei meio destrambelhada, rindo de qualquer coisa, falando besteiras, sendo mais expressiva, provavelmente irritando mais as pessoas que não são fãs desse meu jeito meio frescurendo de demonstrar minha felicidade. E nem me importo, na verdade, gosto mesmo de irritar. Quando pessoas desse jeito estão perto de mim, daí eu intensifico as expressões, aumento a minha frescura e até faço um sotaque diferente, meio carioca se achando, sabe? Acho graça disso depois, mas não me importo tanto de ser a insuportável. Prefiro ser a insuportável para os desconhecidos e a chata-legal para os queridos. 
O engraçado é que não tenho nenhum tipo de motivo especial para ficar rindo sozinha por aí, só estou feliz. Sabe como é? Não tem nenhum tipo de amor platônico, nenhuma promessa estupenda, muito menos ganhei qualquer herança e vou poder viajar o mundo. Não! Só estou assim, sentindo vontade de sambar no corredor da universidade, gritar "Buenos días" ao chegar na sala de aula atrasada, correr para abraçar a amiga que acabei de ver, tomar sorvete andando pelas ruas da cidade sozinha sem achar que isso é depressivo... sei lá, quero soltar mil balões coloridos por dia nas ruas dessa cidade, para ver mais cores no céu...

sábado, 26 de março de 2011

Alguém me empurra para a liberdade?

terça-feira, 8 de março de 2011

Sem fantasias

Madrugada da Terça Gorda de Carnaval e eu tenho sono, muito sono. Levantei só para escrever isso no blog. Provavelmente não terei como publicar nada, pois não saberei se haverá erros gramaticais ou de concordância, deixarei por aqui nos rascunhos para ler mais tarde toda a bizarrice que passa pela minha cabeça quando estou num estado de transe. Não por ter usado drogas, ter ficado alcolizada ou qualquer coisa do gênero, mas por sentir um sono absurdo que me deixa anestesiada e profundamente inspirada para escrever besteiras. Suspeito que não tenho escrito nada com lógica e certamente até o último ponto não terá qualquer razão para que você leia isso, entretanto se ainda continuar lendo, mesmo que eu já tenha avisado, boa sorte e não me bata depois. 
Com sono minha noção de coerência vai um pouco embora. Tem gente que fica assim quando toma algumas doses de tequila, eu me solto com sono. Então, tudo que disser aqui será o que realmente sinto. Tenho andado com um tempo absurdo para fazer o que bem entender, minhas aulas são apenas de manhã, tenho ballet à tarde e nada à noite, mas sabe também tenho evitado encontros obrigatórios com amigos antigos, que agora não fazem grande diferença na minha vida. Não é que não goste deles, muito pelo contrário, é exatamente por gostar que tenho me mantido longe. Eu funciono a base de saudade, enquanto ela existir, enquanto ela conseguir me dominar haverá sentimento. Que coisa mais cruel e egoísta de dizer, vocês devem estar me odiando. É direito de qualquer um, podem me xingar, podem me ligar falando coisas absurdas, vocês terão completa razão. Só que eu gosto de me sentir sozinha às vezes e ter aquele tempinho de horas deitada na cama, assistindo filmes ultra-românticos, lendo muitos livros e depois tomar um banho super demorado, ligar para alguém e passar o dia conversando sobre alguma coisa que me importe. Sou egoísta por privar as pessoas da minha companhia? Ah, não acho que seja bem egoísmo, talvez compaixão. Ou qualquer nome que você achar conveniente.
Sumo para voltar mais tarde de uma forma diferente, para que ninguém crie qualquer dependência emocional comigo. Sou completamente contra a esses relacionamentos (amizades também são relacionamentos) que as partes têm uma completa necessidade de encontros diários, semanais, telefonemas quase sufocantes e cheios de declarações que muitas vezes não são verdadeiras, fazem parte de uma personagem que nasceu muito tempo atrás, criada pelos contos de fadas, que nossas mães liam antes dos nossos sonhos. Gente, quanta bobagem isso de acreditar que há almas gêmeas. Então é preciso ter muito dinheiro para rodar o mundo inteiro para encontrar a sua ou ser uma favorita de Deus, para que seu vizinho seja o príncipe encantado. Prefiro pessoas de carne e osso, deixo para vocês esse sentimento eterno, cheio de boas intenções e coisas infinitamente sem muita graça dos grandes clássicos infantis.
Quem quer viver feliz para sempre? Ah, ter uma briguinha aqui, outra ali é sempre importante, faz com que você amadureça, veja a vida de uma maneira diferente, crie novos laços. Até porque convenhamos, se a gente sabe que aquele relacionamento é o "para sempre" então para que fazer cosias legais para agradar a companhia, se arrumar, fazer surpresas, encontrar novos limites e novas posições? Seria muito sem graça ter certeza de aquela é a pessoa certa, ninguém certamente se daria o trabalho de ser neurótica vez ou outra, porque não teria risco. Não haveria dúvida. E sem dúvida não há amor. Ah, você não achava que eu deixaria de acreditar no amor, não é? Eu acredito no amor e em toda a sua potencialidade, mas acredito num amor real, não nessa fantasia que a gente renova a cada carnaval. 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Esperando por...

Não sei mais desabafar, nem aqui, nem lá. Talvez me sinta uma autista, por não ouvir ecos, nem respostas. Só, sem lamentos, qualquer reclamação e até reação. Não falo de relacionamentos amorosos, por favor, a vida não é feita apenas disso (muito menos os meus textos). Quer dizer está certo que passará também por isso, mas não tem a ver com as minhas paixões dessa vez. O problema são os outros.
O fato é que as pessoas mudam quando entram nas ondas de paixão, não culpo ninguém, isso é uma constatação, todo mundo muda. Casais de namorados fazem juras de amor eterno, passam a sair juntos para todos os lugares, como se fossem extensão um do outro, esquecem a família, os amigos e todos os compromissos individuais. É bem aí que mora a minha angústia...
Anos de amizade parecem não importar nenhum pouco diante as saudades indescritíveis e insolúveis dos casais. Os encontros com as amigas ficam para a próxima semana, a pelada e a cerveja com os amigos para outro dia, para quando a namorada puder assistir. Aí diminuem os vínculos com os outros e só aumenta o laço afetivo e a dependência emocional dos apaixonados. Lá na frente, quando por algum motivo tudo isso não importar, voltam as ligações para reencontros quase desesperados com as melhores amigas e os jogos de baralho e umas biritas para descontrair, em algum bar novo da cidade com os antigos companheiros. 
Os amigos estarão lá, como anos antes, esperando o reconhecimento dos erros, os abraços apertados de toda reconciliação (que deveria ser unilateral) e novas promessas de que nunca mais cometerá os mesmos erros de trocar por qualquer mulherzinha/cachorro a companhia maravilhosa. Tudo mentira, gente. Não que seja mentira na hora, não, isso não. Só que a memória fica enfraquecida com a pressão de toda nova paixão. 
Aí o ciclo inicia e novamente me sinto solitária, esperando por...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Carvanal, felicidade e outras besteirinhas...

O tempo passa rápido, com a mesma velocidade que  tu pensas em voltar atrás e reviver, para que as sensações sejam novamente possíveis. Só que aí, meu bem, os amores são outros, as condições são novas e as velhas tentativas, frustradas, pesam mais que as novas promessas. Não é que esteja incrédula das tuas mudanças, só que a minha razão não permite doses de felicidade com prazos de validade. Depois do nosso último encontro, esperei por novos recados na secretária eletrônica, com frases curtas, enígmas ou um novo convite, mas só veio silêncio. 
Não me conheces. Não sabes o que de fato penso sobre política, educação, paixões, relacionamentos...Não sabes o que penso ao teu respeito, nem a sensação que me provocas. Mas para que saber, não é? É possível o benefício da dúvida e a partida é menos dolorida. Entretanto, posso contar aqui, não conheces mesmo esse espaço. Não te amo, não te adoro, mas a tua presença começou a despertar calafrios, que vai subindo do meu umbigo até explodir pela minha garganta. Isso é o quê? Promessa de felicidade? Bobeira? Invensão, meu bem, invensão. 
Ontem, era carnaval. Todo mundo saiu pelas ruas da cidade, brincando, cantando, sambando e bebendo. Eu fui atrás correndo, cansada e exausta, com uma alegria comprada em algumas doses de coca-cola e uma porção de sorvete. Achei que te veria por lá. No início da noite, muitas vezes te vi, no rosto de outras pessoas, encontrei teus olhos, não eram dois, eram infinitos, como foram infinitos os beijos que recusei, pois não senti teu cheio de péssego. Assim, a felicidade é impossível.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


"Não adianta jogar confetes, ainda nem é carnaval."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Essas minhas mudanças

Nada que eu escrevo parece interessante. Os pensamentos nascem aleatórios, as frases não fazem conexão alguma, nem entre elas, quanto mais com os meus sentimentos. Não há muito o que dizer, esse meu fevereiro foi sem carnaval, sem muitas serpentinas coloridas, sem caixinhas de música, sem pierrots apaixonados, mas também sem bruxas amaldiçoando meu caminho. Foi um mês apático, sem vontade e qualidade. Já quase chegando março, percebo que estou de volta. Ganhei tranquilidade e meu domínio completo. Não inteiramente completo, pois não me compreendo em muitos momentos, entretanto a quantidade necessária, para voar por novas paisagens, conhecer novos cheiros e sentir novas ansiedades.
O que mudou em 2011? Eu mudei. Não por causa de mais uma translação da terra, que isso não influencia em muita coisa. A culpa de tantas mudanças em mim foi da minha viagem, viver uma realidade que eu sempre tentei ficar longe, muito longe e levar uma vida que achava que nunca serviria para mim. Uma criança de apenas um ano, em poucos dias, quebrou a parte mais congelada do meu coração e plantou uma florzinha branca e cheia de vida em mim. Além de sobrinho, ganhei um amor incondicional. E eu ainda acreditava que era impossível uma criança mudar o mundo, agora digo: é completamente possível. O meu mundo mudou. 
A saudade tem outro significado, assim como o amor e todas as suas retaliações. Não há impossibilidades, há má vontade e falta de interesse. A realidade pode ser dura, mas também pode ser mais doce que os sonhos.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Faz bem, muito bem

Não sinto mais uma tristeza profunda que me faz escrever textos melancólicos e tão sentimentais. Finalmente não sinto mais tristeza alguma. Confesso que as inseguranças continuam, vai saber o quê acontecerá em 2011 e não, não acredito em destino. Não acredito que há tantos mil anos o meu caminho foi traçado e eu o seguirei independente do meu desvio aleatório. Isso é tão pequeno diante a imensidão desse universo inteiro. É bobagem, minha, sua e de mais um monte de gente achar que alguém anda mesmo preocupado com todo esse nosso egoísmo. Mas, eu acredito numa coisa, uma única coisa: o amor.
É bobo. Pode rir, também o faço enquanto escrevo. Entretanto, acredito sim no amor e em todas as possibilidades que ele permite. É tão bonito ver ações praticadas por pura bondade, boa vontade e amor. Claro, amor sempre é egoísta, mas ainda sim pode transformar. Transformar cada segunda-feira num dia mais bonito, ensolarado ou mesmo fazer com que os pingos de chuva contem histórias engraçadas e alegres. O quê importa não é se tem alguém lá para retribuir, importa o fato de te sentires bem por esperar alegrar o dia de alguém, por esperar um sorriso em troca das tuas atitudes meio maluquinhas, seja uma visita no meio da noite, só para dividir a visão da lua cheia que toma conta do céu ou mesmo uma ligação inesperada para um convite menos esperado ainda. 
Não importa se o telefone vai tocar de volta, não importa se a mensagem vai ser respondida, não importa se ainda há alguém lá atrás da porta. Nessa hora, talvez só importe o monólogo, a denúncia da explosão, a confissão e o sonho de um dia devolver o bem. E importa sim a quem.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Mon cher


Cher,

O quê tens feito por aí? Soube que a nossa cidade está mais friazinha, com aquele cheiro gostoso de chuva e com um ar de fazenda, que provoca uma preguiça constante. Nem parece aquela nossa Belém calorenta. Como têm sido as tuas noites? Dormindo sozinho e tranquilo, com aquele som divino da água batendo no telhado e nas plantas do jardim do nosso quarto? Será que já me substituíste por uma garota nova? Ruiva? Loira? Provavelmente morena, elas são as melhores, não? Já me importei com isso, passei noites por aqui com muita insônia pensando em tudo isso, mas confesso que já não me importo, se elas fizerem teu frio passar estarão me fazendo um grande favor.
Aqui já passa de 1h da manhã, acabei de chegar em casa, resolvi andar pelas ruas de Paris, daqueles passeios noturnos que sempre me faziam bem nas noites de insônia, lembras? Pois é, quando percebi já era muito tarde e estava muito distante, tive que pegar um metrô para voltar. Não tinha ninguém na estação, estava tudo tão silencioso... senti tanto a tua falta. Queria que tivesses por aqui para ver tanta coisa bonita, não só as francesas (risos). 
Eu vinha prestando atenção em cada ponto das estações, duas antes de eu descer o metrô ficou poucos minutos parados e lá estava um casal abraçado. Foi o que vi nos primeiros instantes. Mas logo percebi, ela estava abraçada a ele, aos prantos, falando algumas coisas perto do ouvido dele, não podia entender, a única coisa que pude ler nos lábios dela foi: "Je t'aime". 
Para ele não importava mais, talvez tivesse outra. Talvez não tivesse ninguém e queria muitas. Talvez estivesse indo para muito longe. Talvez não quisesse mais ouvir a voz dela. Talvez nem ele soubesse o quê tinha acontecido, só queria sumir dali. Na hora, pensei em ajudar com aqueles meus super poderes, uma poção para que ele voltasse a gostar dela, uma para que ela logo o esquecesse, outra para que não doesse nada, outra para que as coisas passassem a ser mais fáceis para os dois, mesmo na despedida. Eu até tinha ali na bolsa todas aquelas essências, só que faltaria uma que eu mesma procuro há muito tempo, a que apagaria as lembranças do que eles sentiram, do que construíram e de todas as promessas que fizeram para tentar juntos. 
Eu me lembrei de ti. Ficavas sempre me impedindo de tentar fazer o papel de "deusa" e sair arrumando todas essas dores que via na minha janela. É que ver sem poder fazer nada me deixa tão desnorteada, só que aprendi que as minhas intervenções podem estragar tudo. Pela primeira vez não tive vontade de descer naquela estação e ajudar aqueles dois jovens, apenas uma lágrima nasceu no canto dos olhos e veio sem timidez alguma caindo pelo meu rosto. Queria que tivesses aqui. Poder te dizer que não importa conhecer o mundo inteiro, falar noventa mil línguas, ter o trabalho dos meus sonhos se quando eu voltar à noite para casa tu não estiveres lá para me dar um beijo e me dizer que sentiu minha falta ou apenas abraçar em silêncio. Não adianta nada, meu bem. Nada. Adianta. Não. Silêncio.