segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Dama de negro


Ela bateria na porta. Eu tinha certeza, mas continuei olhando as fotos coloridas e alegres. Três toques. Silêncio. Barulho da dobradiça enferrujada. Fiquei quieta. As cores ainda estavam encima da cama. Não tive coragem de olhar. Com um ar impetuoso alguém disse:
- Vim ficar com você!
Tive vontade de gritar, dizendo que eu recusava a companhia, mas não tive forças, só consegui virar o rosto em sua direção. Deslumbrante! Branca como o luar, roupas sem cor, negras como a madrugada. Divina dama de negro. Apenas abaixei a cabeça consentindo.
- Não tenha medo, minha querida, você se acostumará com o frio, disse com um sentimento materno.
- A senhora perguntou se eu queria? Respondi entristecida.
- E as pessoas perguntaram se você agüentaria as promessas não cumpridas? Tenho certeza que não! Retrucou, decidida.
- Mas prefiro esperar. Voltarão pra me buscar.
Uma gargalhada debochada, irônica e apavorante ecoou no vazio. Senti vergonha.
- Você acredita mesmo nessa ilusão? Ah! Faça-me o favor, meu bem. Vamos!! Não tenho a vida toda...
Não pude mais olhar o colorido do passado. Fui congelada pelo sopro da divina dama, a misteriosa solidão.
Por favor, senhora, não me abandone...
Entre suspiros, sussurrei: Também...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


O que enxergas lá fora? Anda! Diga-me!! Preciso escutar de ti, não posso mais confiar em ninguém. Todos me usaram para enriquecer seu egoísmo.
Entreguei - te meus olhos, agora me leva contigo...

domingo, 7 de setembro de 2008

Meu mundo!


Tudo muda de lugar, mas eu continuo aqui te esperando, sozinha, calada, sonhando....