segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A vida pode mudar sem que você queira.

domingo, 18 de setembro de 2011

Estrada


Ele ligou avisando que em poucos minutos passaria para buscá-la. Anna olhou-se mais uma vez no espelho, arrumou o vestido que estava torto, retocou o batom, passou um pouco mais de perfume, mas o tempo inteiro com o celular na mão, com medo de não se dar conta quando ele chegasse. A sensação era de primeiro encontro, entretanto 1 ano já havia passado desde que se olharam com desejo a primeira vez. Davi ligou, ela nem atendeu, foi logo se despedindo da mãe, do pai e correu para fora de casa. Fechou o portão, abriu a porta do carro, sentou, descansou a bolsa no colo, colocou o cinto de segurança e ele saiu devagar com o carro. 
Ela disse: "oi, tudo bem?"
Ele respondeu: "sim, tudo bem e com você?"
Ela sorriu, fazendo um sinal positivo com a cabeça. 
Durante uma curva ele passou a marcha e quase chegando na reta, antes de decidir que caminho tomar, repousou a mão direita na coxa esquerda dela. Foi sobressalto, Anna olhou encantada para o rosto dele e voltou a olhar para a mão que parecia ingenuamente quieta sobre a perna dela. Deveria ser comum o namorado passar a mão nas pernas da namorada, no entanto ele não fazia isso fazia pelo menos uns 4 meses. Não daquela maneira ingênua. E isso fez o peito de Anna quase saltar, fez o sorriso ser quase eterno e a felicidade ser divina. Ele estava voltando aos poucos ao início de tudo, sem nem se dar conta. Com medo que ele parasse de dizer com as mãos "és minha", quase em câmera lenta ela colocou sobre a mão dele a dela, respondendo sem palavras: "eu sei".

terça-feira, 13 de setembro de 2011

verdade

Não precisa me dizer muita coisa, basta ligar e dizer: oi, senti sua falta.
Nem vou conseguir escutar mais nada, vou largar o telefone e sair correndo para encontrar você.
E contar: que
(engasgada)
(respirando fundo)
(suspirando)
(agora sai)
(silêncio)
(olhos cheios de lágrima)
(mais silêncio)
Eu...eu....eu...eu...
Amo você.

sábado, 3 de setembro de 2011

Viva setembro

Setembro chegou, já é primavera. As flores deveriam estar nascendo, mas a terra anda infértil, ninguém aduba, ninguém molha, ninguém olha. E todo mundo só espera a época da colheita chegar. O primeiro dia do mês veio logo com uma promessa indiscutível de felicidade: dia da bailarina com comemoração adiantada. Nada disso, minha gente, era só promessa. Porque o segundo dia, fez agosto e todo seu mau gosto voltar. O que deveria ser alegria, agora explode no meu peito como presságio de mal agoro: o corpo dói, a cabeça lateja e a consciência pesa como se o crime fosse triplamente qualificado.