domingo, 31 de agosto de 2008

Atriz


Passei tanto tempo procurando a perfeição nos lugares errados, nos pés das bailarinas, nas delicadas pinceladas dos pintores, nas palavras medidas dos poemas, mas esqueci de olhar para o lado e entender que todos os dias contruia a perfeição, com as nossas conversas, com o silêncio, com os olhares de aprovação, com o chiado de desaprovação... Esqueci de olhar o rosto da atriz.
Percebi que vivia o dia inteiro para no fim da noite te contar tudo com entusiasmo, mostrar que eu podia mudar a cada experiência, e ser melhor, saber da tua opinião, chorar no teu colo meus erros e dúvidas, escutar conselhos mesmo quando eu achava que não precisava.
Com o tempo, foste ganhando um espaço que talvez nunca niguém tenha recebido a oportunidade, mas não que dessa vez eu tenha quebrado a regra, tu foste diferente, começaste conquistando meu respeito, minha admiração, minha confiança, meu amor...
Passaste a ser a amiga que um dia eu sonhei, e não foi em vão esperar, apareceste na hora certa, pq se fosse antes talvez tivesse muito nova para entender tua importância e mais tarde já teria amadurecido da pior forma e não poderia mais enxergar teu dom de me fazer bem.
Aprendi que os amigos são a família que a gente escolhe. E eu te escolho quantas vezes forem preciso. Amo-te, amiga.

sábado, 30 de agosto de 2008

Espírito...


A sensação de agora? Sublimação pura!



Pq, no futuro, os sonhos da infância só pertencem a Srta. Lembrança...
Mas despertam a melhor sensação, a de voar...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Um dia..


Foram tantas conversas, tantas palavras soltas e sem nenhum sentido jogadas fora, tantos olhares magoados, tantos sorrisinhos irônicos e cheios de segundas intenções...Só porque os acontecimentos foram distorcidos, o amor não valeu de nada nos piores momentos, só como metáforas de textos antigos e a ilusão da procura.
No começo, tudo virava gargalhadas altíssimas, as piores piadas eram longos depoimentos de alegria, depois os passeios de fim de tarde viraram longas torturas, desafios terríveis, os encontros eram banais, e para onde foi a amizade?
Muitas horas me perguntei isso, achei que tinha voltado ao início do nada e estava sozinha de novo, mas olhei pro lado e vi que a única coisa que faltava era esticar os braços e puxar com força, muita força a felicidade pra perto de mim. Ela estava ali, dividida em 4, bem do meu lado, mas não pude enxergar, porque estava cega pela mágoa. Elas sempre estiveram...
e nos perdoamos como verdadeiras amigas.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Destino


Abri a janela na esperança de encontrar o sol, me alimentar com a luz da vida, mas nenhuma estrela no céu nublado. Fechei novamente, voltei para o quarto, peguei o relógio, as horas não passam. Tantas coisas me vem a cabeça. Teus suspiros de paixão. Os olhares de amor. A rosa de cada manhã. Pra que tantas declarações de amor, se no primeiro desentendimento o que marca minha alma são as tuas ofensas?
Por que tentar me mostrar um mundo que não é teu, se amanhã serei bombardeada com cada verdade e sangrarei por cada mentira? Chega de tentar me ludibriar, cansei de tanto descaso. Não sou mais a garotinha que sonhava com os cantos infantis, mudei, agora sou a mulher que sente saudade dos sentimentos dos contos de fada, mas vê que a realidade é bem pior que muitas novelas mexicanas.
Tantas portas na minha frente, cada uma de uma cor, mas pra que encontrar a chave se a maçaneta da porta continua quebrada?
Tanta ironia sem sentido, que a dor começou a fazer papel de felicidade.
No fim, só me vejo sentada em um velha cadeira de balanço, ao lado de quem nunca me abandonou, meus livros...

domingo, 10 de agosto de 2008

Auto retrato

Eu não tinha esse rosto de hoje, meio indefinido, meio sem jeito, marcado pelas ilusões e expressões da vida, nem esses olhos fundos que refletem um sonho acabado.

Eu não tinha esse coração congelado e melancólico que foi destruído com o tempo, nem essa respiração ofegante que ficou pelo cansaço das tentativas, talvez frustradas. Meus pensamentos ficaram viciados no passado, a memória esqueceu o futuro e perdeu o presente.

Eu não tinha essas lágrimas cristalinas que parecem romper o ar, ao rolar pela maçã do meu rosto, nem este tom irônico que ecoa de um coração frágil, que secou por ter sido exposto ao sol.

Eu não tinha esse vazio que preenche meu peito, nem esse silêncio que cala minhas esperanças. Eu tinha apenas um sonho, que o tempo carregou depois de um forte vendaval, deixando apenas uma profunda calmaria, a solidão.

Depois de me afogar nas emoções, perdi a noção da razão, a paixão e talvez até o coração. Então eu descobri que tinha tudo e não tinha nada.








Inspirado em Cecília Meireles!