terça-feira, 29 de março de 2011


Queria ser engraçada. É, saber contar uma piada, escrever textos cômicos, ter o dom de fazer as pessoas rirem, mas só faço o contrário, o máximo que consigo é uma comoçãozinha e um encantamento com meus textos, tipo: "Owm, que bonito". Não que eu reclame, cada um tem um estilo e o meu é esse. 
Hoje, eu acordei meio destrambelhada, rindo de qualquer coisa, falando besteiras, sendo mais expressiva, provavelmente irritando mais as pessoas que não são fãs desse meu jeito meio frescurendo de demonstrar minha felicidade. E nem me importo, na verdade, gosto mesmo de irritar. Quando pessoas desse jeito estão perto de mim, daí eu intensifico as expressões, aumento a minha frescura e até faço um sotaque diferente, meio carioca se achando, sabe? Acho graça disso depois, mas não me importo tanto de ser a insuportável. Prefiro ser a insuportável para os desconhecidos e a chata-legal para os queridos. 
O engraçado é que não tenho nenhum tipo de motivo especial para ficar rindo sozinha por aí, só estou feliz. Sabe como é? Não tem nenhum tipo de amor platônico, nenhuma promessa estupenda, muito menos ganhei qualquer herança e vou poder viajar o mundo. Não! Só estou assim, sentindo vontade de sambar no corredor da universidade, gritar "Buenos días" ao chegar na sala de aula atrasada, correr para abraçar a amiga que acabei de ver, tomar sorvete andando pelas ruas da cidade sozinha sem achar que isso é depressivo... sei lá, quero soltar mil balões coloridos por dia nas ruas dessa cidade, para ver mais cores no céu...

sábado, 26 de março de 2011

Alguém me empurra para a liberdade?

terça-feira, 8 de março de 2011

Sem fantasias

Madrugada da Terça Gorda de Carnaval e eu tenho sono, muito sono. Levantei só para escrever isso no blog. Provavelmente não terei como publicar nada, pois não saberei se haverá erros gramaticais ou de concordância, deixarei por aqui nos rascunhos para ler mais tarde toda a bizarrice que passa pela minha cabeça quando estou num estado de transe. Não por ter usado drogas, ter ficado alcolizada ou qualquer coisa do gênero, mas por sentir um sono absurdo que me deixa anestesiada e profundamente inspirada para escrever besteiras. Suspeito que não tenho escrito nada com lógica e certamente até o último ponto não terá qualquer razão para que você leia isso, entretanto se ainda continuar lendo, mesmo que eu já tenha avisado, boa sorte e não me bata depois. 
Com sono minha noção de coerência vai um pouco embora. Tem gente que fica assim quando toma algumas doses de tequila, eu me solto com sono. Então, tudo que disser aqui será o que realmente sinto. Tenho andado com um tempo absurdo para fazer o que bem entender, minhas aulas são apenas de manhã, tenho ballet à tarde e nada à noite, mas sabe também tenho evitado encontros obrigatórios com amigos antigos, que agora não fazem grande diferença na minha vida. Não é que não goste deles, muito pelo contrário, é exatamente por gostar que tenho me mantido longe. Eu funciono a base de saudade, enquanto ela existir, enquanto ela conseguir me dominar haverá sentimento. Que coisa mais cruel e egoísta de dizer, vocês devem estar me odiando. É direito de qualquer um, podem me xingar, podem me ligar falando coisas absurdas, vocês terão completa razão. Só que eu gosto de me sentir sozinha às vezes e ter aquele tempinho de horas deitada na cama, assistindo filmes ultra-românticos, lendo muitos livros e depois tomar um banho super demorado, ligar para alguém e passar o dia conversando sobre alguma coisa que me importe. Sou egoísta por privar as pessoas da minha companhia? Ah, não acho que seja bem egoísmo, talvez compaixão. Ou qualquer nome que você achar conveniente.
Sumo para voltar mais tarde de uma forma diferente, para que ninguém crie qualquer dependência emocional comigo. Sou completamente contra a esses relacionamentos (amizades também são relacionamentos) que as partes têm uma completa necessidade de encontros diários, semanais, telefonemas quase sufocantes e cheios de declarações que muitas vezes não são verdadeiras, fazem parte de uma personagem que nasceu muito tempo atrás, criada pelos contos de fadas, que nossas mães liam antes dos nossos sonhos. Gente, quanta bobagem isso de acreditar que há almas gêmeas. Então é preciso ter muito dinheiro para rodar o mundo inteiro para encontrar a sua ou ser uma favorita de Deus, para que seu vizinho seja o príncipe encantado. Prefiro pessoas de carne e osso, deixo para vocês esse sentimento eterno, cheio de boas intenções e coisas infinitamente sem muita graça dos grandes clássicos infantis.
Quem quer viver feliz para sempre? Ah, ter uma briguinha aqui, outra ali é sempre importante, faz com que você amadureça, veja a vida de uma maneira diferente, crie novos laços. Até porque convenhamos, se a gente sabe que aquele relacionamento é o "para sempre" então para que fazer cosias legais para agradar a companhia, se arrumar, fazer surpresas, encontrar novos limites e novas posições? Seria muito sem graça ter certeza de aquela é a pessoa certa, ninguém certamente se daria o trabalho de ser neurótica vez ou outra, porque não teria risco. Não haveria dúvida. E sem dúvida não há amor. Ah, você não achava que eu deixaria de acreditar no amor, não é? Eu acredito no amor e em toda a sua potencialidade, mas acredito num amor real, não nessa fantasia que a gente renova a cada carnaval. 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Esperando por...

Não sei mais desabafar, nem aqui, nem lá. Talvez me sinta uma autista, por não ouvir ecos, nem respostas. Só, sem lamentos, qualquer reclamação e até reação. Não falo de relacionamentos amorosos, por favor, a vida não é feita apenas disso (muito menos os meus textos). Quer dizer está certo que passará também por isso, mas não tem a ver com as minhas paixões dessa vez. O problema são os outros.
O fato é que as pessoas mudam quando entram nas ondas de paixão, não culpo ninguém, isso é uma constatação, todo mundo muda. Casais de namorados fazem juras de amor eterno, passam a sair juntos para todos os lugares, como se fossem extensão um do outro, esquecem a família, os amigos e todos os compromissos individuais. É bem aí que mora a minha angústia...
Anos de amizade parecem não importar nenhum pouco diante as saudades indescritíveis e insolúveis dos casais. Os encontros com as amigas ficam para a próxima semana, a pelada e a cerveja com os amigos para outro dia, para quando a namorada puder assistir. Aí diminuem os vínculos com os outros e só aumenta o laço afetivo e a dependência emocional dos apaixonados. Lá na frente, quando por algum motivo tudo isso não importar, voltam as ligações para reencontros quase desesperados com as melhores amigas e os jogos de baralho e umas biritas para descontrair, em algum bar novo da cidade com os antigos companheiros. 
Os amigos estarão lá, como anos antes, esperando o reconhecimento dos erros, os abraços apertados de toda reconciliação (que deveria ser unilateral) e novas promessas de que nunca mais cometerá os mesmos erros de trocar por qualquer mulherzinha/cachorro a companhia maravilhosa. Tudo mentira, gente. Não que seja mentira na hora, não, isso não. Só que a memória fica enfraquecida com a pressão de toda nova paixão. 
Aí o ciclo inicia e novamente me sinto solitária, esperando por...