segunda-feira, 22 de março de 2010

Flores


Já era quase setembro, a madrugada estava fria e a insônia viera acompanhá-la. Entediada, abriu a gaveta do criado-mudo, ao lado da cama, nenhum sonífero no pote, nenhuma capa de livro que chamasse atenção. Continuou revirando, sem muito interesse, quando achou uma caixa dourada, com lembranças que ela renegara por alguns anos. Mais uma vez preferiu impedir a memória. Fechou a gaveta com a violência de quem sente raiva, quiçá susto. Puxou o edredom, cobriu a cabeça, como ela fazia na infância por medo de fantasmas.

5 minutos tenebrosos.

Ela abriu a caixa. Estavam lá, todas as rosas prometidas. Sem cores. Sem cheiros. Secas! No canto direito da caixa, um frasco do perfume, que ela usara anos antes, ainda cheio. Borrifou algumas gotas do líquido nas flores e coloriu-as com alguns lápis-de-cor. Depois, colocou-as num jarro com água e açúcar, no criado-mudo. Não era nenhuma natureza morta do Van Gogh, talvez parecesse  mais conceitual, mas ainda assim como toda obra de arte tinha sentimento, razão e mensagem. 

2h50. Os passarinhos, que tinham hora marcada para começar a festa na árvore da janela da garota, avisaram. Diferente das outras vezes, ela abriu as janelas, para vê-los cantar à Lua. Em voos tempestivos eles adentraram o quarto, sobrevoaram a pequena e levaram as flores e quebram o vaso...



quinta-feira, 11 de março de 2010

Novo endereço

Meus queridos,
queria pedir desculpas por não postar textos há mais de 1 mês e informar o novo blog: http://www.coxiadaimaginacao.com.br/


Uma semana deliciosa a todos!!!
Beeeijos.

Jússia Carvalho