quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mais uma Lisa para contar a História

Lisa era daquele tipo de mulheres que topa qualquer parada. Não entenda mal, ela não é daquelas mulheres fáceis que saem por aí distribuindo sua sexualidade. Longe disso, ela faz as escolhas certas, nas horas que acha que deve. A diferença é que ela não é encanadinha como a maioria das meninas: não sonha com príncipe encantado, não acha que o namorado vai ser fiel até o fim da vida, nem que ela é a mulher mais bonita e interessante para ele estar. Ela é realista. E sonha às vezes. Mas, são sempre sonhos relacionados a sua vida, ao seu bem estar e a sua profissão. Lisa sonha com uma carreira de jornalista que possa contar ao mundo histórias de pessoas desconhecidas e ainda sim muito importantes. Sonha em fazer um mestrado na Argentina, depois um doutorado em Paris e só aí voltar à casa para fazer tudo que puder pelo jornalismo da sua cidadezinha-linda-aconchegante-e-que-cheira-a-amor.
Todos os relacionamentos dela - digo os amorosos - foram sempre muito sem brilho, com um entusiasmo mais do lado masculino. Havia sempre uma vontade de enjoar do outro, de deixar o outro sem tanta atenção, sem muito comprometimento... ainda que houvesse sentimento. Era um deixa estar, não vou me apegar, porque daqui a pouco vou embora. E nem era um tão daqui a pouco assim: 5 anos, 3 anos, 1 ano e meio. Teve uma tentativa de viver uma grande aventura, uma história de não ter sentimento nunca, de gostar apenas da companhia e com uma vontade sempre recíproca. Só que aí, na metade do caminho... ele confundiu as coisas, mas continuaram. Depois, foi ela quem sentiu e ele achou melhor uma Lisa desencanada, o que ela seguiu sem pestanejar. 
Aí lá no final da história, não tão final assim, apareceu um garoto diferente do que ela achava que poderia se apaixonar. Parecia com ela nos sonhos, nos gostos, não nas atitudes. Ele gostava de dizer o que sentia, fazia planos sem nem imaginar se ela queria. E agora, faltava somente 3 meses para a sonhada viagem à Argentina, com direito a prova de mestrado. Lisa foi se contorcendo de uma maneira que tentava enrolar os sentimentos, para não apagar os sonhos. Mas já não tinha jeito, era refém da afinidade, da admiração e de tudo que o amor traz. Lisa amava pela primeira, segunda, terceira vez. Parecia tudo junto, uma mistura de sentimentos pela mesma pessoa. Pensou em mudar de foco, em deixar de ir para Buenos Aires naquele ano e quem sabe quando ele pudesse, chegou a achar que o amor era mais importante que sonhos e ficou boba, como todas as meninas são quando estão apaixonadas. Nas nuvens, era assim que ela andava. E nem sabia por onde pisava, foi deixando que ele a pegasse pelas mãos e fosse levando-a por um caminho tão bonito que nem olhava para trás, ou para frente. Havia para quem sorrir, era o que importava.
E aí, sem motivos quaisquer ela tropeçou numa grande pedra e caiu lá do alto. Sentiu um medo absurdo quando estava em queda livre, mas a confiança que tinha nele era tão grande que achava que mesmo que ele não fosse um super herói, também se lançaria em queda livre para apenas voar segurando suas mãos. 
Lisa estava enganada, nunca houve qualquer preocupação, amor ou entendimento. Era sonho, sonho de menina que quer se apaixonar. 

domingo, 5 de fevereiro de 2012


Cadê a tal da feliz cidade?