quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Novas primaveras


Maria fechou a porta do carro com toda a força que tinha, João arrancou, fazendo com que os pneus cantassem. Em poucos segundos ele sumiu de vista e ela entrou em casa chorando, revoltada com tudo que andava acontecendo com a sua vida. Desejou boa noite para quem estava na sala, vendo qualquer coisa que passava na TV, acho que era a novela das 20h, e subiu correndo as escadas. Maria precisava apenas de uma noite inteira de choro para esquecer todas as besteiras que João havia dito. 
Talvez ele não soubesse o quanto era difícil para ela decidir acabar o que tanto gostava de sentir, mas ele havia passado dos limites, chegou a um estágio de ciumeira que nem Freud explicaria. Ela não poderia nunca abrir mão da liberdade que sempre sonhara, mesmo que por um amor tão forte. Maria pensou em não voltar para casa naquela hora, talvez fosse melhor ir para um bar, ficar bêbada com tequila e dançar enlouquecidamente, só que a consciência certinha avisou o erro e apontou que o melhor refúgio seria o mergulho nos clássicos: literatura, cinema, fotografia. 
Maria queria encontrar um final feliz ou um motivo para voltar a dar boas gargalhadas, porque os primeiros momentos eram de dor profunda e entrega total. Mas... voltou a alargar sorrisos quando a primavera chegou, com novos perfumes, novas cores e um novo amor. Amor cheio de surpresas e descobertas, porque encanto só pode ser o início de uma nova paixão. Lá estava Maria novamente em frente a sua casa, mas agora abrindo a porta com um brilho eterno nos olhos. E feliz!

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