terça-feira, 14 de setembro de 2010

Rosa pequena


Rosa tinha uma mente calculista, apesar do nome, podia ser fria, egoísta e perversa. Tinha os cabelos lisos quase marrons, que clareavam gradativamente até serem dourados nas pontas cacheadas. Os olhos amendoados podiam facilmente criar sorrisos, eles compravam qualquer um com profundidade, mesmo os que duvidavam. Ganhava a confiança das pessoas com o jeitinho meigo, a voz calma e o perfil centrado. Ela era tão absurdamente calculista, mas não era vingativa. Ao menos esse defeito não tinha. Rosa não possuia sentimentos, ninguém nunca a cativou. Nem quando ela era criança aprendeu a amar. Por isso ninguém podia realmente se aproximar dela e entender tantos pensamentos frios.
Quando finalmente no finalzinho da tarde, durante um por-do-sol qualquer as brisas mudaram de lado, ela finalmente sentiu um frio diferente, aquele que nasce na boca do estômago e que vai subindo pela garganta até explodir, sabe? Seria culpa da serotonina? Adrenalina, então? Pela primeira vez nascia na pequena Rosa sentimento. Ela não entendeu muito bem o que se passava, mas era curiosa e por isso não fugiu. Queria compreender toda aquela loucura que esfriava as mãos, deixava-a nervosa e com o humor flexível. Era tão ingênua a Rosa. Um dia ia chorar.

3 comentários:

Nicelle Almeida disse...

Ah, que lindo! Amei a história e a forma que vc escreveu.
Ninguém resiste aos sentimentos verdadeiros e que nos fazem bem. Sendo o amor, então...sem comentários.
Um beijão, minha flor.
Vc não apareceu mais no meu blog =(
Passa lá? Te espero ;)
Beijos grande e até a próxima!
www.nicellealmeida.blogspot.com

Nicelle Almeida disse...

Querida, ótimo final de semana pra vc.
Te espero em meu blog, tá?
Beijos!!!
www.nicellealmeida.blogspot.com

Nina Auras disse...

Maravilhoso, simplesmente maravilhoso. Não tenho comentários - você me deixou muda, depois desse ótimo, excelente, perfeito post. <3