domingo, 25 de julho de 2010

Pequena,

Pequena,


É assim que gostas de ser chamada, né? Pequena!(?) Nem sei o motivo, já que passas de um metro e setenta. E não é só o físico, mesmo com a tua pouca idade me ganhas em maturidade em diversas áreas. Sempre me surpreende com um discurso eloquente e cheio de conselhos, sem falso moralismo o que espanta. 
Nesses poucos dias que estiveste fora de casa eu senti tua falta. Levantar de manhã e não sentir o teu perfume adocicado pela casa fazia eu acordar à realidade, fazendo eu perceber que não estavas aqui e que ainda demorarias para voltar. As horas passaram lentamente para mim, substituí meu quarto pelo teu e logo adoeci de saudades. Provavelmente enlouqueceria se passasses mais uma semana, do meu tempo, longe de mim. É digo do meu tempo porque ele é relativo. Não?
Não te culpo por não ter sentido tanto a minha falta: os ares eram outros, as pessoas eram novas e a cidade desfrutava de muito para ser apreciado. Não tinhas alternativa além de andar por novos caminhos.
Todos os dias senti falta do teu tom mais grave, que o meu, no telefone. Senti falta do ‘bom dia’ inusitado e cheio de alegria pela manhã. Senti falta do sorriso encantador, o mais bonito também. Senti falta das brigas por pequenas coisas, com direito a injúrias. Senti falta do ‘boa noite’ cheio de amor. Senti falta da saudade que eu matava, todo dia ao chegar cansada, com as nossas longas conversas tantas vezes online, offline e presencial. Aquelas conversas secretas, contatas com a voz fraca e rouca para deixar a mamãe curiosa ou para que ninguém escutasse, nem os fantasmas ou mesmo as fadas. Nossos segredos, que se soubessem ririam de nós, pois nunca foram de fato secretos, mas eles nos aproximaram e não ousamos nunca quebrar o pacto de silêncio, muito menos diminuir a frequência com que os dividíamos. 
"Serão poucos dias". Foi o que eu pensei quando partiste naquela madrugada, me dando um beijo e deixando além do teu cheiro no meu quarto aquela carta que fez com que toda aquela máscara de garota-forte-que-adorava-se-fazer-de-fria desabasse. Poucos dias, irmã. Apenas dez, não foram? No entanto, eles bastaram para trazer um sentimento novo: um amor maior. E sím é possível. Agora, o que sinto por ti, meu doce, é deliciosamente amor puro. Desculpa, ele existe!
Ma sœur, je t'aime.

Um comentário:

Alana Fontenelle disse...

Que lindo *-*
Quero ter uma irmã...