quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Relatividade




As horas nunca me fascinaram, possivelmente por ser avessa ao Cotidiano. Elas passaram a ter uma cor diferente ao te conhecer, tantas vezes eram vibrantemente violetas, e velozes. Nas outras, eram vermelhas, e vagarosas. Nossos dias eram como o pêndulo dos relógios antigos, sempre no mesmo compasso. Agora era amante das ampulhetas, das superstições, dos números (em algarismo romano ou não). Era tua, amante.


21h21 brilhou no meu computador, logo chegaria nosso encontro casual, quase agendado: dias sim, dias não. Estarias também pensando em mim? Talvez em 1h. Era o que nos separava. No verão, te esperava. No inverno, fugia. Corria desesperadamente, separando novamente nós dois. Sempre 1h antecipada. Virtualmente, para outros observadores, os ponteiros pulsavam simultaneamente. Para nós não, não mais.

Não desisti de encontrar a passagem no tempo, amaNte.



"Por enquanto estou inventando a tua presença"
(Clarice Lispector)

Um comentário:

Anônimo disse...

Só um louco entenderia outro coração louco a vibrar - e eu te entendo, minha amiga!