Bom dia, palhaço.
Senti falta dos seus sorrisos a cada rodopio. Na semana que passou a música da minha caixinha quase não soou. A cada 360º a triste notícia de não presenciar nenhuma rosa colorida aos meus pés. Ironicamente, as cores só aparecem nas monocotiledôneas que carregas no bolso, escondidas aos olhos desesperançosos. O preto das tuas vestes contrasta com o monocratismo dos teus acordes. Teu Sol, com ou sem sustenido (#), motiva a minha dança. E para que mais lembrança?
O simples avesso sonoro, o inverso chacoalhado. Sem mímicas exageradas. Sem piadas inventadas. Sem truques inusitados. Sem a mínima = =, que encontrou um compilador para o mundo imaginário. Não há grito de repúdio. Não a todos. Não a deus. Não há. ¡Solamente, payaso!
O senhor de todos os risos, talvez por muito siso, traz nos olhos o que passa de humor à tragédia, sem passar por divina comédia. Em cena como maldito, faz trocadilhos e cambalhotas, sem inventar anedotas para distrair os andarilhos. E perdoe, querido palhaço, pelas rimas pobres e desconcertantes, mas cada vez que foges param as notas, acabam as cores... Só fica poesia.
Bb6/9 F7/9 Gm7
Tens alma de artista, no entanto a timidez de quem nunca subiu no palco.
Cm7 Bº
Tens coração de criança, entretanto esqueces o que sentes.
Cm7 Bº
Tens no picadeiro um trapézio...
Cm7 Bº
Rodopios, piruetas e saltos. E o que falta para voar?
"Medo de cair, gente..."
Bailarina
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