Senão será você, virtual!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Estranhamente, eu.
Senão será você, virtual!
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Será?
Você passou.
Não olhou.
Dessa vez, as promessas tentavam beijar outros lábios...
Será que ainda lembra de mim?
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Além
só sentia o gosto amargo e áspero
do último beijo roubado.
O nojo corroia as sementes,
trazendo como ânsia o vício.
Escova. Pasta. Fio.
Sem nenhum sacrifício.
A esperança maquiavélica
desenrolava frenética
diante o ego mágico
do espelho apático.
O dente afiado
desmanchava as cedras que
limpavam o cheiro de passado
fincado em mim.
Rasgaram os lábios.
Sangraram os dentes.
Petrificaram a gengiva.
Sem préstimo.
O gosto da lembrança
sempre renasceria no ar.
Com asco da esperança
a boca soprava o cuspe para marcar.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Indicativo
Eu supliquei
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Sem rotina
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Suposição
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Vivendo em sonhos
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Inconsciente
Aí, lá vem a saudade nascendo no estômago, percorrendo em seco meu corpo até explodir na minha frente e voar ao teu encontro. Nessa hora, exatamente nessa, o tempo parece ter voltado à primavera. Se fechar os olhos, consigo escutar a canoa cortando o Rio...
Na "Terceira margem" as glias calam os impetuosos gritos: o silêncio dói mais que a ausência.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Flor de lis
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Cópias perfeitas de uma realidade ficcional
Daiane começou a falar: “Senhores, desculpem por incomodar a viagem, mas estou aqui por questão de ‘precisão’, não vendo bombom porque gosto. Se puder me ajudar, agradeço”. Indiferença, essa foi a reação dos passageiros, então a ambulante renovou o marketing: “Sou ex-presidiária, fiz muita coisa errada moço”, falou tocando no rapaz em seu lado esquerdo. “Mas, não quero voltar para aquela vida não, por isso me ajuda, compra uma balinha. Só R$ 0,10 centavos, não mata ninguém”. A criança começou a chorar e puxar a mãe pela barra do vestido, gritando: “Mãe, to com fome”, insistiu várias vezes. Ela parecia só decorar o seu papel, sem que os pagantes exigissem bis.
Comprei algumas balinhas, para me aproximar e fazer algumas perguntas. Ela aceitou responder, em troca queria algumas moedas para comprar comida para a menina. Descemos na mesma parada, próximo a praça Santos Dumont, antiga praça Brasil. Descalça, Ticiane reclamava do asfalto quente, que o sol das 13h castigava. A mãe aborrecida carregou-a. Entramos numa portinha, um pequeno restaurante, pedi duas sopas. Entre uma colher e outra, Daiane relatou como a vida a transportou àquela realidade.
Começara a roubar aos 14 anos, influenciada pelo namorado, pai de Ticiane. 1 assassinato. Presa diversas vezes por furto. Segundo ela, o remorso só vinha a noite, quando contabilizava o lucro do dia. Quando descobriu que estava grávida, se recusou a continuar, passou a vender doces nos transportes coletivos da região metropolitana de Belém. Entra no primeiro ônibus às 7h da manhã, com Ticiane, no colo, dormindo ainda. Passa das 20h, quando volta para casa, na Pratinha.
Qual seria o sonho daquela jovem? A resposta veio com os olhos frios e calculistas, que a garota insistia em baixar quando a encarava: “Queria vender todos esses bombons e comprar uma boneca para ela”, despejou a confidência, acariciando os cabelos da pequena. O saco de balas ainda estava pela metade. As duas agradeceram a sopa, levantaram e saíram atrás de um novo transporte. Coloquei na boca uma das balas, pensando em como descrever o episódio sem parecer ficção. Lá ia a esperança...
[Série: reportagens]
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Saudades do Pará
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Sentira falta das coisas pequenininhas que só a Cidade das Mangueiras tinha. O calor. As rodas de Carimbó. O regionalismo pulsante das ruas. O açaí com farinha. A chuva das três. Os significativos 'Éguas'. O cheiro do rio. O som da morena nortista dançando lundú na beira da Bahia do Guajará. Ela não abandonou as raízes.
Tirou as sandálias. Fingindo por as mãos na saia dançava, bailava, rebolava, sonhava. Nem imaginava ser alvo de curiosidade. Ela esqueceu o mundo, doou-se novamente aos antigos passos, aos giros, as batucadas. 5h dançando sem parar. Diminuíram o volume, cessaram as frequências musicais. O cansaço tomou conta do corpo que só era saudade. Reencontrou novos conhecidos, todos encantados com a cultura paraense. Ele se aproximou. Ela ainda eufórica pelo orgulho de seu berço. Ela não parava de falar, mas ele conseguiu o silêncio absoluto com apenas uma pergunta. A resposta foi de fazer tremer.
Ele se aproximou, passou a mão direita pela cintura dela e beijou-a. Um beijo carinhoso e sem compromissos. Ele não sabia o que pensar. Ela decididamente sentira um frio na barriga, que a fazia recuar. A noite acabou.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Simultâneo
Surpresa
Ela partiu! Nem ao menos olhou nos meus olhos. Nenhum abraço. Nenhum carinho. Apenas partira como de costume, de surpresa. Só conseguia pensar que nunca mais escutaria aquela voz doce e melosa, pedindo café da manhã na cama. Nem ouviria aquela gargalhada contagiante diante das minhas insistentes cócegas. Nem limparia aquelas lágrimas de felicidade após um simples sorvete de morango, nosso preferido. Não veria o sorriso nascer timidamente ao som de um elogio.
Ela partiu. Ela partiu. Ela partiu. A frase pulsava doloridamente nas veias cada vez que recordava a ingenuidade com que aquele amor nascera. A vingança acomodava-se em meu peito quando uma lágrima nascia, descia, banhava. Assustava.
Em acessos de loucura tirei-a do seu novo casulo. Beijei. Abracei. Resmunguei. Refiz minhas promessas. Declarei meu amor. Fria. Imóvel. Não respondeu, calou.
O silêncio gritou nos meus ouvidos: REALIDADE! A fúria da dor bagunçou meus sentidos. As imagens perderam os cheiros. O som ficou sem cores. E o silêncio cantava: A - DEUS!
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Insônia
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Canoas
Nas águas barrentas da Bahia do Guajará, diversas canoas multicoloridas, em frente ao Ver-o-peso, passavam o dia enfileiradas. No início da tarde, quando os pescadores descansavam, as crianças brincavam de corrida pelas pequenas embarcações. Elas misturavam-se as cores, criando o branco, o monocromático. Apostavam. Gritavam. Bagunçavam. Riam. Balançavam. Chacoalhavam. O rio ajudava, trazia uma sensação de embalo maternal.
Quando acabava a cesta dos trabalhadores, voltavam às gritarias, mas desta vez de temor. Reiniciavam as correrias. A cor amarelada das águas, agora era fuga, máscara, esconderijo. Só dava tempo de escutar o rio acolhendo. Nenhum rosto era reconhecido. Do outro lado do cais, curumins davam as gargalhadas de todos os dias. Zombavam. Irritavam. Gracejavam.
A calmaria reconstruía o cenário, após as injúrias imprecadas pelos adultos. Agora, as cores, apenas elas, agitavam a imagem. Amanhã será um novo dia. [Re]Começará a esperança de se[r] [a]mar.
domingo, 13 de setembro de 2009
Sobressalto
Enigmática, traduziu tuas atitudes sem que palavra alguma ressoasse, ela sabia que "jamais assumiria um sentimento e se exporia de tal forma a parecer o mínimo submissa ou condescendente*", mas por ti ela foi o avesso. Desta vez, o [re]verso fugil do roteiro. Ela foi tua antes mesmo que concordasses, tirou teu chão, deixou-te pusilânime, sem pensar em subterfúgios. O palco traz tragédia ou comédia? Sobressalto!
*frase do romance "Meleb"
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Eco
Naquele dia, pediu para sair mais cedo do trabalho, precisava de um banho frio. Decidiu voltar andando para casa, preferiu o caminho mais longo, indubitavelmente as paisagens tornaram-se imperceptíveis.
As gotas quentes escorreram pelo rosto, as mãos foram ficando geladas. Tudo ficou vermelho. Mas, no canto da boca nascia, naturalmente, um sorriso, quiça pela liberdade conquistada durante o vôo, até o destino atual. Impulsiva, abraçou o futuro. O silêncio ecoava o sorriso...
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Casual
domingo, 9 de agosto de 2009
[re]Verso
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Aparição
Sorrindo para além de si
no que foi real tropeçando
desprezando o que já teve um fim
fincada no seu submundo.
Em partir pensava
por um caminho que não conhecia
do seu próprio medo os olhos fechava
sem saber se seu passado voltaria.
Media o tempo entre os seus passos
e sua vida reincidia lívida
já que no vento riscava os traços
da lesta solidão que a mantinha rija.
Zombava friamente de sua timidez
e sua Dor simplesmente se desfez
quando viu na sua face triste
um rastro de Beleza que ainda insiste.
Lançando-se ao porvir
ousou imaginar
que somente a poesia poderia lhe sentir
e dançou sobre o (ri)mar.
Parceria: Jússia Carvalho & Wanilson Vate
terça-feira, 30 de junho de 2009
A minha escolha...
O espelho estava a minha frente, sentia medo de abrir os olhos, ela segurou em minhas mãos, incentivou minha coragem e meus sonhos. Aprendi a olhar ao meu redor, ora tirando os pés do chão, outra pousando forçada. No começo, apenas, o respeito. Hoje, o amor incondicional.
Passei anos tentando sair do mundinho encantado da Alice, procurando a realidade, majestosamente, com um estalar de dedos aquela senhora despertou-me do transe. Parecia irreal que a busca incessante havia chegado ao fim, desta vez um engano. Seriam, agora, passos a distância. O tempo passou.
A luz do sol batia timidamente, nos cabelos loiros, iluminava um pouco das páginas do romance. Aproximei-me, sentei ao seu lado, beijei seu rosto e lhe abracei, cochichando ao seu ouvido revelei: "Minha mãe, de coração, sempre estarei aqui, independente do tempo e dos acontecimentos. Amo-te, sem explicações". Ela apenas olhou em meus olhos e sorriu.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Uma carta
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Esperança
domingo, 24 de maio de 2009
Eu sei
sábado, 23 de maio de 2009
mais chuvas
Meus cabelos molharam, as lágrimas ficaram misturadas às gotas de água, ninguém percebeu, foi a fantasia perfeita. Não chorei tua ausência. Sinto por não saber demonstrar que entendo o que me fizeste sentir. Agora, talvez seja tarde para falar alguma coisa.
Só não feche a porta quando sair...
sábado, 16 de maio de 2009
¡ Perdóname!
sábado, 25 de abril de 2009
A-D-E-U-S
Saudade, meu bem, saudade. Esse gosto de amor inacabado que deixa meu coração desemparado..
sábado, 18 de abril de 2009
Desencontro
Hoje, me despeço como na nossa primeira carta.
Que seja eterno enquanto dure! O tempo passou...
O doce veneno desliza por meu corpo, mas só eu consigo enxergar essa dança honrosa.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Encontro
segunda-feira, 9 de março de 2009
Meus olhos
No passado, se você pretendia discutir com alguém tinha que marcar um encontro ou escrever uma carta, até chegar ao destino você repensava no que dizer, mas hoje, a comunicação facilita as brigas, pela instantaneidade.
Mesmo vivendo nesta realidade ainda consigo ver um arco íris no céu depois de um grande temporal. E você quer procurar o pote de ouro?
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Mentirinhas
"Não me diga MENTIRINHAS dói demais...."
Nunca imaginei que um dia usaria isso!
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Desculpas
sábado, 31 de janeiro de 2009
Salve a Amazônia
o senhor é a minha última esperança. Tudo está pegando fogo. Acuda! Corra! Depressa, nossa vegetação - o que nos restou dela- está tomada pelos incêndios criminosos, brutais. Sofremos com a perda dos nossos ancestrais, desde a chegada dos portugueses, que levaram o pau-brasil para sustentar as cores dos modelitos de suas senhoras. Depois, veio os desmatamentos para o cultivo da cana-de-açúcar, café, mineração, sempre para defender os interesses de uma elite egoísta e inconseqüente. Agüentamos...
Tudo piorou com a industrialização tardia da década de 1930, no governo Vargas, quando muitas áreas de vegetação deram lugar à grandes fábricas, cheias de elementos tóxicos, matando o mundo. Agora, com a urbanização celerada, prematura, adolescente, estamos acabando. Basta! Queremos viver, exigimos Providências.
Todos os dias, ministro, vemos o sol nascer mais perto e frio, congelando nossas folhas. Assistimos nossas irmãs e primas serem assassinadas, nossa sentença é " sobreviver" num solo morto, já que há uma lei de proteção as castanheiras... (!) estamos morrendo " bronzeadinhas", chamuscadas, sufocadas pelo ar da fogueira de interesses e soterradas por terras envenenadas com CO2.
Senhor ministro, é urgente! Já não temos a Zona da Mata Nordestina, nem a Atlântica. E a Floresta Amazônica? Está ameaçada! Se não agirmos, vocês perderão o turismo, a saúde, a água, a produção agrícola e pecuária e nós...a vida.
Uma extrativista sonhadora.
domingo, 25 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Outra
Os carinhos que recebi, hoje, serão meus, apenas meus, pela eternidade, mesmo que amanhã sejam injúrias.